O Banco Central (BC) revisou sua projeção de crescimento para este ano e passou a esperar uma alta de 1,7% do PIB. A expectativa anterior, divulgada em março, era de 1%.
De acordo com o BC, a surpresa positiva no PIB do 1º trimestre e a previsão de nova alta para o segundo trimestre foram fatores relevantes para a revisão de expectativas.
No entanto, para o segundo semestre a expectativa é de desaceleração na atividade econômica.
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“Efeitos cumulativos do aperto monetário em curso, persistência de choques de oferta e antecipações de governamentais às famílias para o 1º semestre contribuem para projeção de arrefecimento da atividade no 2º semestre”, aponta o BC.
O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, explicou que o consumo das famílias foi o principal fator para a revisão para cima do PIB, assim como um impacto positivo das exportações na primeira metade do ano também impactou. Para o restante de 2022, a alta nos juros deve frear a atividade.
"Grande parte do aperto monetário ainda vai se fazer presente tanto na invasão quanto no crescimento, então a gente espera uma desaceleração da atividade nos próximos trimestres", apontou.
Na avaliação da autoridade monetária, a incerteza nas projeções ainda está alta por conta da continuidade da guerra na Ucrânia
e dos riscos crescentes de desaceleração na atividade global com inflação pressionada.
Juros e inflação
Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 12,75% para 13,25% ao ano . Além disso, sinalizou a continuidade da trajetória de altas com mais uma elevação para 13,5% ou 13,75% na próxima reunião, em agosto.
Para a inflação, as expectativas do Banco Central já haviam sido publicadas no documento que comunicou a decisão de alta nos juros na semana passada. O cenário de referência aponta para inflação em 8,8% este ano, de 4% em 2023 e 2,7% em 2024.
Se o cenário se concretizar, seria o segundo ano consecutivo de rompimento do teto da meta de inflação, que é de 3,5% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo.
Para 2023, atual objetivo do BC, a projeção fica acima da meta de 3,25%, mas ainda dentro do intervalo.
Arrefecimento da inflação
O BC vê um arrefecimento na inflação nos próximos meses com pressão em alta nos bens industriais e serviços, mas recuo da inflação nos alimentos.
Para o terceiro trimestre, a expectativa é de inflação de 0,81% em junho, 0,84% em julho e 0,33% em agosto, chegando a 11,31% nos 12 meses até agosto.
O último índice divulgado pelo IBGE foi de maio, quando a inflação ficou em 0,47% no mês e 11,73% nos 12 meses anteriores.