O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (1) que é preciso trabalhar a medida provisória (MP) que alongou o auxílio emergencial até dezembro, no valor de R$ 300 por mês, com "muita cautela".
— Eu acho que a gente deve trabalhar essa MP com todo cuidado, para que de fato a gente possa atender os mais vulneráveis, sem da uma sinalização de descontrole na administração da divida pública brasileira — afirmou, ao ser questionado sobre a pressão de parlamentares da oposição para aumentar o valor do auxílio emergencial.
— O auxílio é muito importante, até por isso o governo decidiu prorrogar, certamente, mas os valores eram valores que, de fato, já vinham gerando um impacto muito grande nas contas públicas, na dívida pública — completou, acrescentando que não há necessidade de votar a MP com urgência, uma vez que a medida tem eficácia imediata.
O presidente da Câmara disse também que acredita ser possível votar ainda neste ano a reforma administrativa e prometeu dar celeridade ao texto.
— Eu sou otimista e acho que nós temos que ter objetividade. Eu acho que é a regulamentação do teto de gastos, é a tributária na Comissão Mista e a administrativa na Câmara — afirmou.
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Salário mínimo e PIB
Questionado sobre a falta de reajuste real, ou seja, acima da inflação, do salário mínimo, Maia disse que o governo trabalha com o orçamento possível, respeitando o teto de gastos e as previsões de arrecadação de impostos.
— Não podemos, de forma alguma, em momento de crise achar que aumentar despesas acima da inflação é bom sinal. Com a economia caindo neste ano, acho que a manutenção da correção pela inflação é o possível neste momento, já que não sabemos como será o crescimento e a arrecadação no próximo ano.
Na proposta orçamentária enviada ao Congresso, o governou prevê salário mínimo em R$ 1.067, alta de 2,09% em relação ao valor em vigor neste ano, e que considera apenas a correção pelo INPC.
O presidente da Câmara também comentou o resultado do PIB no segundo trimestre, que caiu 9,7%, na maior retração da história do país . Segundo Maia, já se sabia que a economia havia sofrido um "forte impacto" devido à pandemia.
— O que nós esperamos é que nos próximos meses nós possamos ter uma recuperação. O importante é que o resultado do próximo ano, ele possa ser um crescimento acima do que está projetado hoje. Quanto melhor o crescimento do próximo ano ou dos próximos anos — por isso as refomas são tão importantes — melhor para que a gente possa administrar o custo desse aumento da divida pública — disse.