Nesta terça (1), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que eliminar o teto de gastos hoje seria como “tacar fogo no país”. Para ele, essa discussão não deve ser feita agora, porque a dívida do Brasil está prestes a chegar a 100% do PIB (Produto Interno Bruto).
Guedes fez a fala em comissão mista do Congresso, que trata sobre a Covid-19. “Em economia, a ordem dos fatores altera o produto: se você tira o teto primeiro, bota fogo no país”, disse. “Depois de recuperado o controle do Orçamento, aí podemos falar sobre o teto”, afirmou o ministro.
O teto de gastos foi criado em 2016, durante o governo de Michel Temer, e limita o crescimento do total das despesas públicas à variação da inflação no ano anterior.
O governo não pode fazer cortes nos chamados gastos
obrigatórios
– como aposentadorias e salários –, então o ajuste fiscal acaba sendo feito nas despesas discricionárias, que serão de R$ 92 bilhões em 2021.
“Com o teto de gastos, como as despesas correntes estão crescendo o tempo inteiro, quem paga o pato são os investimentos públicos, que estão em queda há 25 anos. Os investimentos chegaram a ser 15% do PIB, e hoje estão em 1,5%, 1%. Os investimentos públicos federais são 0,6% do PIB. Se nós triplicarmos, não é nada. É 1 número ainda muito baixo”, afirmou Guedes.