Os juros médios do rotativo do cartão são baseados nos dados de adimplentes e inadimplentes: para os primeiros, a taxa chegou a 253,2% ao ano em outubro; para os últimos, passou para 291,1% ao ano
Marcelo Casal Jr./Agência Brasil
Os juros médios do rotativo do cartão são baseados nos dados de adimplentes e inadimplentes: para os primeiros, a taxa chegou a 253,2% ao ano em outubro; para os últimos, passou para 291,1% ao ano

Os consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros um pouco menores em outubro. No período, a taxa média caiu 3,4 pontos percentuais em relação a setembro, chegando a 275,7% ao ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central.

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Os juros médios do rotativo do cartão são formados com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. No caso dos adimplentes, que pagam pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 253,2% ao ano em outubro, um recuo de 6,7 pontos percentuais em relação a setembro. Já para os inadimplentes, os juros caíram 1,1 ponto percentual, passando para 291,1% ao ano.

Em linhas gerais, o rotativo é uma espécie de crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias e, após esse prazo, as instituições financeiras passam a parcelar a dívida.

Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito  devem pagar a mesma taxa de juros que os consumidores regulares. A regra entrou em vigor em junho deste ano, mas a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes segue desigual porque os bancos normalmente acrescentam juros e multa pelo atraso.

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Em outubro, enquanto a taxa de juros do rotativo chegou a 275,7% ao ano, o parcelamento das dívidas do cartão de crédito pôde ser feito com juros de 166,1% ao ano.

Rotativo do cartão X cheque especial

As regras do cheque especial mudaram em julho: os clientes que utilizam mais de 15% de seu limite durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento com taxa de juros menores
Reprodução
As regras do cheque especial mudaram em julho: os clientes que utilizam mais de 15% de seu limite durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento com taxa de juros menores

A taxa de juros do cheque especial, por sua vez, caiu 1 ponto percentual em outubro em comparação a setembro, chegando a 300,4% ao ano. O patamar continua a ser o menor desde março de 2016, quando estava em 300,8% ao ano.

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As regras do cheque especial mudaram em julho. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento, mas com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.

Os juros do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal não consignado é mais baixa e estava em 126% ao ano em outubro, mesmo com o aumento de 3,8 pontos percentuais em relação a setembro.

A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) ficou estável no mês passado, recuando 0,1 ponto percentual e chegando a 24,3% ao ano no período.

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A taxa média de juros para as famílias também caiu 0,1 ponto percentual em outubro e foi para 51,9% ao ano. A taxa média das empresas se manteve em 20,4% ao ano.

Inadimplência

A inadimplência das famílias continua no menor nível histórico desde março de 2011; os programas de refinanciamentos de dívidas em atraso são os grandes responsáveis por esse resultado positivo
Shutterstock
A inadimplência das famílias continua no menor nível histórico desde março de 2011; os programas de refinanciamentos de dívidas em atraso são os grandes responsáveis por esse resultado positivo

A inadimplência do crédito para pessoas físicas, considerando apenas os atrasos acima de 90 dias, caiu 0,1 ponto percentual e ficou em 4,9% em outubro. No caso das pessoas jurídicas, o indicador ficou estável em 3%. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.

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De acordo com o Banco Central (BC), a inadimplência das famílias (pessoas físicas) continua no menor nível histórico desde a série iniciada pela instituição em março de 2011. Segundo o BC, os programas de refinanciamentos e repactuações de dívidas em atraso são os grandes responsáveis por esse resultado positivo.

No caso do crédito direcionado, isto é, com regras definidas pelo governo e destinados basicamente aos setores habitacional, rural e de infraestrutura, os juros para pessoas físicas oscilaram 0,1 ponto percentual para cima, chegando a 7,7% ao ano. Para as empresas, porém, a taxa subiu em ritmo maior, com alta de 1 ponto percentual e passando para 9,7% ao ano.

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A inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado ficou estável em 1,7%. A das empresas, por sua vez subiu 0,2 ponto percentual e chegou a 2,2%.

Saldo dos empréstimos

Em outubro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,165 trilhões, o que representa um recuo de 0,2% em relação a setembro, mas um aumento de 2,4% no acumulado do ano
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Em outubro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,165 trilhões, o que representa um recuo de 0,2% em relação a setembro, mas um aumento de 2,4% no acumulado do ano

Em outubro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,165 trilhões, o que representa um recuo de 0,2% em relação a setembro, mas um aumento de 2,4% no acumulado do ano. Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, o acréscimo foi de 3,5%.

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Esse estoque do crédito corresponde a 46,3% de tudo o que o país produz – o famoso PIB (Produto Interno Bruto). A porcentagem verificada em outubro é 0,3 ponto percentual menor do que a registrada em setembro (46,6%).


*Com informações da Agência Brasil

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