Bolsa Família x Auxílio Brasil
Brasil Econômico
Bolsa Família x Auxílio Brasil

O Bolsa Família está prestes a completar 20 anos e, durante esse período, sofreu várias mudanças . A mais radical delas se deu durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando até o nome do programa foi trocado.

O Auxílio Brasil , nome escolhido após a popularização do Auxílio Emergencial, pago durante a pandemia, foi instituído por lei em dezembro de 2021, numa tentativa de retirar a marca do PT dos benefícios sociais. 

O programa já nasceu sob críticas de ser eleitoreiro, por surgir um ano antes das eleições, e ineficaz para reduzir as desigualdades.

O Auxílio Brasil pagava R$ 400, mas, durante o último ano do governo Bolsonaro, passou a ter um adicional de R$ 200 para todos os beneficiários. 

O critério para recebimento também foi atualizado durante o mandato de Bolsonaro. O público-alvo do PBF eram famílias em situação de extrema pobreza (renda familiar mensal de até R$ 89 por pessoa) e pobreza (renda per capita entre R$ 89 e R$ 178 por mês). 

O Auxílio Brasil incluiu mais famílias no programa ao elevar os limites da extrema pobreza para R$ 105 e da pobreza para R$ 210, valor usado até hoje e que permitiu a entrada de quase 6 milhões de famílias no programa.

Para pagar o Auxílio Brasil, Bolsonaro contou com a PEC dos Precatórios, que adiou o pagamento de dívidas judiciais da União, e posteriormente com a  PEC 15/2022, também conhecida como "PEC Kamikaze" ou "PEC das Bondades", que turbinou os benefício no último ano do seu mandato. 

Além disso, o Auxílio Brasil também foi marcado pela abertura de empréstimo consignado para os beneficiários, que podiam comprometer até 40% do valor da parcela para conseguir empréstimos. O governo atual já suspendeu a concessão desse modelo de crédito. 

Em 2023, no seu primeiro ato de governo, Lula sepultou o Auxílio Brasil e retornou com o Bolsa Família, anunciando piso de R$ 600, sem depender dos R$ 200 a mais todo ano. 

Sonho antigo

A criação de um benefício “para chamar de seu” já era discutida dentro do governo Bolsonaro desde julho de 2020, pelo menos, quando o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, tornou público o estudo para lançar o “Renda Brasil”, que não saiu do papel. 

A ideia morreu na praia, quando Bolsonaro criticou a proposta da equipe de Paulo Guedes para o Renda Brasil, dizendo que ela "não seria enviada ao parlamento".

"Ontem discutimos a possível proposta do Renda Brasil. Eu falei: tá suspenso. Vamos voltar a conversar. A proposta que a equipe econômica apareceu para mim não será enviada ao parlamento. Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos. Não podemos fazer isso aí", declarou Bolsonaro.

Em 28 de setembro de 2020, surgiu a possibilidade de lançar o "Renda Cidadã", que propunha usar verba dos precatórios e do Fundeb para transferência de renda. A proposta também não avançou. 

Por fim, a pandemia “ajudou” Bolsonaro a alavancar a popularidade do Auxílio Brasil, já que o Auxílio Emergencial chegou para mais de 35 milhões de brasileiros. 


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