No período de 21 de agosto a 17 de setembro de 2023, a Americanas desligou 1.131 funcionários, sendo 639 demissões voluntárias, e fechou 21 de suas lojas. Atualmente, a empresa mantém 1.785 unidades operacionais. Os dados foram revelados em um relatório mensal dos administradores judiciais da companhia, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste domingo (1º). No último ano, a empresa fechou um total de 88 lojas.
De janeiro a agosto de 2023, a dívida da empresa em moeda nacional cresceu 5,6%, atingindo o montante de R$ 20,644 bilhões, ao passo que a dívida em dólares apresentou uma diminuição de 1,1%, totalizando R$ 1,068 bilhão.
No mesmo período, os pagamentos relativos às dívidas em reais totalizaram R$ 1,391 bilhão, enquanto as dívidas em dólares foram quitadas com um valor equivalente a US$ 43,615 milhões, o que corresponde a R$ 219,47 milhões.
Além disso, o relatório revela que em 31 de agosto de 2023, a Americanas tinha disponível em caixa um total de R$ 1,552 bilhão, marcando uma queda significativa de 58,3% em relação aos R$ 3,726 bilhões registrados em setembro do ano anterior.
O número de clientes ativos em agosto de 2023 diminuiu em 12,7% quando comparado com dezembro de 2022. Esse indicador reflete a quantidade de clientes que realizaram pelo menos uma compra ou interação com a varejista durante um período específico.
Histórico
A Americanas entrou em recuperação judicial no dia 19 de janeiro, declarando ter dívida de mais de R$ 40 bilhões. Paralelamente ao processo, veio a revelação de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões no balanço da companhia. Uma expressão que, na época, era usada como eufemismo para a fraude.
O primeiro plano de recuperação foi apresentado em 20 de março aos que possuem debêntures da empresa (títulos de dívida emitidos pela própria para captar recursos). Mas foi rejeitado no fim de maio. Ele previa aumento de capital de R$ 10 bilhões por meio dos acionistas de referência, Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann, são sócios da 3G Capital. O trio tinha o controle do grupo até 2021. Mesmo tendo vendido parte das ações, os bilionários são os maiores acionistas individuais da empresa.