O presidente Lula acusou nesta quinta-feira (2) o bilionário Jorge Paulo Lemann , um dos acionistas de referência da Americanas de fraude contábil na administração da empresa. Segundo o presidente, trata-se não de uma "pedalada", crime que a ex-presidente Dilma Rousseff foi acusada, e sim de uma "motociata".
"Aí não é nem pedalada, é motociata", disse Lula em entrevista na Rede TV.
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"Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário bem-sucedido no planeta Terra. Era o cara que financiava jovens para estudar em Harvard para formar um novo governo, que falava contra corrupção todo dia, e depois ele comete uma fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões?", completou.
Posteriormente, o presidente comparou Lemann a Eike Batista, preso no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, dono de uma fortuna que virou água após resultados frustrados de sua petroleira OGX.
"Ou seja, vai acontecer o que aconteceu com o Eike Batista. Ou seja, as pessoas vendem uma ideia que elas não são, na verdade", afirmou Lula.
"E o que eu fico chateado é que qualquer palavra que você fale na área social, como aumentar o salário mínimo em R$ 0,10, corrigir o Imposto de Renda, precisamos melhorar (a vida) dos pobres, o mercado fica muito nervoso, o mercado fica muito irritado. E agora um deles joga fora R$ 40 bilhões de uma empresa que parecia ser a mais saudável do planeta e esse mercado não fala nada. Ele fica em silêncio, sabe? Por que tanto amor pelos grandes e tanto desinteresse pelos menores?", questionou.
A Americanas está em processo de recuperação judicial após encontrar "inconsistências contábeis" na ordem de R$ 20 bilhões. Após auditoria, confirmou-se que o rombo era, na verdade, de R$ 47,9 bilhões.
As ações da Americanas já se desvalorizaram mais de 90% na Bolsa desde o início dos desdobramentos.
A varejista é alvo de uma série de ações judiciais de grandes bancos que figuram entre os credores.