O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (17) que não há "arestas" a serem aparadas com a Câmara dos Deputados para a aprovação do arcabouço fiscal
. As alterações do Senado no texto devem ser votadas na Câmara na próxima terça-feira
(22).
"Não tem arestas, está tudo resolvido. Isso aí já está contratado [a aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados]. O presidente Lira é um homem responsável, já falou várias vezes que vai pautar", disse Haddad.
A reunião entre líderes partidários e técnicos do Ministério da Fazenda para definir os últimos detalhes sobre o arcabouço, marcada para a próxima segunda-feira (21), já deveria ter acontecido no início desta semana, mas foi adiada depois de um desentendimento entre Haddad e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Em entrevista, Haddad disse que a Câmara tem "muito poder", fala que incomodou os deputados. Nesta quarta-feira (16), Lira disse que "não houve clima" para a realização da reunião.
"Ficamos surpresos. Eu acho que foi inapropriado. Talvez um relaxamento excessivo do ministro em uma entrevista", declarou o presidente da Câmara. Apesar disso, Lira disse que a Casa não tem "interesse nenhum em promover nenhum tipo de acirramento de ânimos".
"Desde a PEC da Transição, a Câmara deu todo o conforto para este governo. Sem a PEC, o governo não teria a tranquilidade orçamentária que tem. [A aprovação do] arcabouço, a inédita reforma tributária e o Carf [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais]: todas as condições, a Câmara deu", completou Lira.