O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (15) que as alterações do Senado no arcabouço fiscal podem ser votadas pelos deputados na próxima terça-feira (22). Na segunda-feira (21), líderes partidários se reunirão com técnicos do Ministério da Fazenda
para fazer as últimas discussões.
Segundo Lira, "se não houver sofreguidão do lado de lá [Executivo]" durante a reunião e o texto conseguir ser acordado, a votação acontecerá na terça-feira. Depois da fala de Lira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse acreditar que o texto pode ser votado no dia seguinte à reunião.
O encontro entre líderes partidários para debater o arcabouço fiscal deveria ter acontecido na última segunda-feira (14), mas foi adiado depois de Haddad dar uma declaração afirmando que a Câmara tem "muito poder", o que incomodou os deputados.
Nesta terça, Lira disse que "não houve clima" para realizar a reunião após a fala do ministro. "Ficamos surpresos. Eu acho que foi inapropriado. Talvez um relaxamento excessivo do ministro em uma entrevista", declarou o presidente da Câmara. Apesar disso, Lira disse que a Casa não tem "interesse nenhum em promover nenhum tipo de acirramento de ânimos".
"Desde a PEC da Transição, a Câmara deu todo o conforto para este governo. Sem a PEC, o governo não teria a tranquilidade orçamentária que tem. [A aprovação do] arcabouço, a inédita reforma tributária e o Carf [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais]: todas as condições, a Câmara deu", completou Lira.