Os líderes partidários da Câmara dos Deputados adiaram novamente a discussão para um acordo sobre a votação do arcabouço fiscal. Em reunião nesta terça-feira (15), os parlamentares não debateram as alterações feitas pelo Senado no texto, deixando o tema para a próxima semana. Ainda não há data para a votação.
A reunião entre os líderes para discutir o novo arcabouço fiscal deveria ter ocorrido na segunda-feira (14), mas foi cancelada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), depois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter dito que a Casa está "com um poder muito grande". A fala foi rebatida por Lira, que disse que o ministro está "equivocado".
O relator do arcabouço fiscal na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA), disse após a reunião desta terça que o fato dos líderes não terem pautado o tema não tem relação com a fala de Haddad. "O que acontece é que existe uma pauta intensa na Câmara. Os líderes resolveram pautar outros projetos", disse o relator a jornalistas.
Cajado disse crer não haver mal-estar entre parlamentares e o governo por conta da fala do ministro. "O protagonismo da Câmara vem sido evidenciado há mais de dez anos, mas, na minha opinião, o Poder Judiciário tem um protagonismo ainda maior", afirmou.
Cajado acrescentou que a reunião entre líderes e o governo para discutir o arcabouço acontecerá na noite da próxima segunda-feira (21). Segundo o relator, porém, isso não garante que o tema será votado na Câmara na próxima semana.
"Ainda não existe compromisso de calendário. Feita esta reunião, vamos consensualizar todo o texto e, a partir daí, a pauta será decidida pelos líderes partidários", disse Cajado.