Bernard Appy e Gabriel Galípolo, primeiros nomes anunciados para o Ministério da Fazenda de Fernando Haddad
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Bernard Appy e Gabriel Galípolo, primeiros nomes anunciados para o Ministério da Fazenda de Fernando Haddad

Na tarde desta terça-feira (13), foram anunciados dois nomes para a equipe do Ministério da Fazenda do  governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva. Liderada por Fernando Haddad , a pasta agora conta com Gabriel Galípolo como secretário-executivo, e Bernard Appy para realizar a reforma tributária. 

O primeiro anunciado pelo ministro foi Galípolo , um economista de 39 anos, iniciou sua trajetória acadêmica ao se formar pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) em ciências econômicas, e realizou seu mestrado em Economia Política pela mesma instituição. 

Sua carreira política tomou rumo quando participou da equipe da Secretaria Estadual de Economia e Planejamento e chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos da gestão de José Serra, em São Paulo.

Em 2010, Galípolo participou da construção do planejamento do então candidato ao governo do estado de São Paulo, Aloizio Mercadante . Em 2022, o economista fez parte da equipe como interlocutor entre membros do mercado financeiro e líderes da campanha de Lula.

Conforme o esperado, o economista representa o diálogo entre a futura gestão e o mercado. Entre 2017 a 2021, Gabriel presidiu o banco Fator, e hoje faz parte de dois conselhos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Sua linha de pensamento teórico defende a união de investimentos privados ao Estado. 

Haddad possui grande afinidade com o economista escolhido para o cargo. Em abril deste ano, foi publicado pela Folha de São Paulo um artigo em conjunto chamado "Criação de moeda sul-americana pode acelerar integração regional", no qual os dois defendem a união das moedas latino-americanas para o fortalecimento econômico da região. Durante seu discurso de anúncio dos cargos, o ministro destacou o laço entre os dois. 

O futuro secretário-executivo do Ministério da Fazenda já criticou o teto de gastos, afirmando que "uma regra fiscal que funciona por excepcionalidades o tempo todo é uma regra que já não existe".

Galípolo possui três livros publicados em seu currículo: "Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo" de 2017, "A escassez na abundância capitalista", de 2019, e a parceria mais recente com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo "Dinheiro: o poder da abstração real", de 2021. 

O segundo anunciado ontem por Haddad foi Bernard Appy , considerado uma das principais autoridades sobre reforma tributária no país. Criador da PEC que propõe a mudança de impostos para os consumidores, o economista será o secretário especial da pasta a partir do próximo ano.

O economista é formado pela Universidade de São Paulo (USP) e realizou seu Mestrado pela Universidade de Campinas (Unicamp). Appy defende a reforma tributária para os impostos sobre o consumo, evitando assim maiores perdas do Estados e Municípios

Durante sua trajetória política, Appy participou nos Ministério de Lula, atuando nos cargos de secretário-executivo e secretário de política econômica do Ministério da Fazenda , entre 2003 a 2009. Em 2008, chegou a ser filiado ao PT, porém se desfiliou logo em seguida. 

Recentemente, Appy participou do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), organização que atua nas áreas de política tributária e fiscal. 

Em seu discurso, Haddad ressaltou que a escolha de Bernard se deu sobre sua atuação na política tributária do país. "Ele desenhou uma proposta que tem servido ao Congresso Nacional de base para uma discussão para o País", afirmou. A proposta de emenda à Constituição escrita pelo economista, encaminhada ao congresso em 2019, prevê a substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por uma única taxa, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

O economista também possui um longo histórico de atuação no setor privado. Entre 1995 a 2002 e de 2012 a 2014, Appy foi sócio-diretor da LCA Consultores, e também trabalhou como diretor de Estratégia e Planejamento da BM & FBovespa, hoje conhecida como B3 , entre 2009 a 2011. 

O ex-prefeito também citou seu trabalho com o mercado financeiro como uma das razões para a escolha de Appy, afirmando que “duvida” que ele possua alguma dificuldade nas negociações com o setor. 

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