Imagine o onboarding como um mapa detalhado, desenhado especialmente para guiar um explorador por um novo território. Assim como um mapa indica os caminhos a seguir, os pontos de interesse e os possíveis obstáculos, o processo de onboarding (integração) traça o percurso do novo colaborador dentro da empresa. O mapa oferece uma visão clara do caminho a ser percorrido, evitando que o novo colaborador se sinta perdido ou desorientado.
O recrutamento e a integração (onboarding) de talentos - sejam eles com ou sem deficiência - representa um avanço significativo na construção de empresas mais justas e inclusivas. Ao abrirem suas portas para essa diversidade, as organizações não apenas cumprem suas obrigações legais, mas também enriquecem seus ambientes de trabalho com novas perspectivas e habilidades.
O onboarding vai além da mera apresentação da empresa e das funções, sendo um momento crucial para construir um relacionamento sólido e duradouro entre o novo funcionário e a companhia. Estudo da Brandon Hall Group, mostra que empresas que contam com um programa de onboarding bem estruturado tem sua taxa de retenção de talentos aumentada em 82% e sua produtividade em 70%. Além disso, um onboarding bem-sucedido reduz os custos com recrutamento e treinamento.
O manual do colaborador, as apresentações, os treinamentos e as interações com os colegas funcionam como um mapa, fornecendo informações cruciais sobre a cultura da empresa, os processos, as ferramentas e as expectativas de desempenho. A comunicação interna desempenha um papel crucial no processo de onboarding, sendo o fio condutor que guia o novo colaborador por essa jornada inicial na empresa. É através dela que se estabelecem as primeiras conexões, transmitem-se valores e cultura organizacional. A comunicação interna é uma oportunidade de transmitir os valores, a missão e a visão da empresa, contribuindo para a construção de uma cultura forte e engajadora.
Um novo funcionário bem integrado é mais produtivo desde o início, contribui para um clima organizacional positivo e se torna um embaixador da marca.
Muito além das cotas de PCDs
Assim como um mapa pode ser atualizado para refletir as mudanças no terreno, o processo de onboarding deve ser flexível para se adaptar às necessidades individuais de cada colaborador. A Central IT, empresa de soluções em tecnologia em negócios, iniciou em uma jornada desafiadora para selecionar e contratar 60 talentosos profissionais com deficiência em 8 estados brasileiros em um período de 10 dias.
Cada passo desta jornada foi marcado por propósito, transformando o processo de recrutamento numa celebração de possibilidades humanas, onde cada encontro era uma janela para novas histórias. A pergunta que ficou: Como seria integrar esses colaboradores de maneira assertiva?
A jornada de onboarding iniciou com um encontro híbrido, presencial e virtual, pontuado pela calorosa presença do presidente. Planejado nos mínimos detalhes, a empresa ajustou o som para os que usam aparelhos auditivos, disponibilizou intérpretes de libras, além de adaptar a leitura para os que necessitam de leitura labial.
“Um momento que tocou profundamente nossos corações foi a entrega de cartas escritas pelas famílias dos novos colaboradores, trazendo à tona a essencial intersecção entre o apoio familiar e o sucesso profissional. Como bem diz o provérbio, falar de diversidade é como convidar pessoas para um baile; falar de inclusão é chamá-las para dançar ”, relata Daniela Velez, CHRO da empresa.
A integração se estendeu com uma palestra virtual para os 2000 colaboradores sobre diversidade e inclusão, um convite aberto a todos na empresa para refletir e aprender juntos. Promoveram encontros virtuais semanais, abordando desde boas práticas de teletrabalho até treinamentos específicos nos nossos sistemas, preparando o terreno para que cada novo colaborador fosse acolhido com empatia e dignidade por suas equipes.
A escuta ativa é uma habilidade fundamental em qualquer tipo de interação, mas no contexto do onboarding, ela se torna ainda mais crucial. Ao praticar a escuta ativa, gestores e colegas de trabalho demonstram interesse genuíno pelo novo colaborador. Vale ressaltar que solicitar feedback do novo colaborador é essencial para identificar oportunidades de melhoria e demonstrar interesse em sua experiência. Cada pessoa tem suas próprias necessidades e estilos de aprendizado. A escuta ativa permite identificar essas particularidades e oferecer um acompanhamento mais personalizado, estimula a comunicação bidirecional, fortalecendo os laços entre os colaboradores.
As diferentes áreas da empresa, os projetos em andamento e os principais contatos são os pontos de interesse que o mapa destaca. Assim como um mapa indica os melhores caminhos para chegar a um determinado lugar, o onboarding direciona o novo colaborador para as pessoas e os recursos que ele precisa conhecer. O onboarding não termina após a primeira semana, pois é necessário acompanhar o desenvolvimento do colaborador ao longo do tempo.
Ao investir em um processo de onboarding eficaz, as empresas garantem que seus novos talentos se sintam valorizados e motivados a construir uma carreira de sucesso dentro da organização.