O plano de cortes de gastos do governo federal , que prevê uma economia de R$ 35 bilhões em cada um dos próximos dois anos, foi detalhado pelo ministro Fernando Haddad em entrevista coletiva nesta quinta-feira (28). Entre as mudanças, estão as novas regras para o crescimento do salário mínimo que, segundo o ministro, vai seguir aumentando acima da inflação, mas de forma limitada.
Pela proposta da equipe econômica , a nova regra que limita o crescimento do salário mínimo pode gerar uma economia de R$ 109,8 bilhões entre 2025 e 2030. As mudanças visando o arcabouço fiscal precisam da aprovação do Congresso para valer. Elas ainda vão passar por votação na Câmara dos Deputados e no Senado .
Governo promete manter o aumento real
Para o reajuste anual do salário mínimo, a proposta visa garantir o aumento real do valor de forma sustentável dentro do orçamento da União. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.412,00.
Pela regra atual, ele é definido pela inflação do ano anterior com o acréscimo real igual ao Produto Interno Bruto (PIB) do país dos dois anos anteriores. Na alteração, se mantém a regra de crescimento real pelo PIB, mas a variação real estará nos limites de 2,5% do arcabouço fiscal.
Alteração do cálculo
Hoje, considerando IPCA de 4,66% e o PIB de 2023, que foi de 2,9%, o salário mínimo seria reajustado para R$ 1.521,00 em 2025 – o valor exato dependerá do fechamento do IPCA ao final do ano.
Com o novo plano que limita a variação real a 2,5% do crescimento do PIB, o salário mínimo no ano que vem deve ser R$ 1.515,00 — seis reais a menos do esperado pelos moldes atuais.
Ao longo dos próximos anos, a projeção do governo estima um salário mínimo sempre abaixo do que seria projetado pela regra atual, porém sempre acima de um piso sem reajuste real. Confira: