O ex-CEO das Lojas Americanas Miguel Gutierrez foi preso nesta sexta-feira (28) em Madri, capital da Espanha. Ele é alvo de prisão preventiva da Polícia Federal em Operação Disclosure,
deflagrada ontem (27) contra as fraudes contábeis que chegaram a R$ 25 bilhões.
Segundo o Ministério Público Federal, o diretor acompanhava e participava das fraudes da empresa "desde o seu planejamento até a publicação dos resultados".
Além do ex-chefe da empresa, a ex-executiva Anna Siacali também teve mandado de prisão preventiva. Antes da prisão de Gutierrez, os dois eram considerados foragidos, visto que ambos não se apresentaram à PF e não se encontram no Brasil. Eles foram incluídos na lista Difusão Vermelha da Interpol, que serve para divulgar ordens de prisão de indivíduos no exterior.
Ainda não foi definido se ele será enviado ao Brasil ou se ficará preso na Espanha, visto que o país não extradita seus cidadãos.
A fuga
Gutierrez deixou a empresa em dezembro de 2022. Em 29 de junho de 2023, ele embarcou com a esposa do Aeroporto do Galeão rumo a Paris, na França.
O casal comprou passagens on-line , no cartão de crédito, no site da Air France, e embarcaram no dia seguinte. Eles tinham passagens de volta, mas nunca retornaram.
O retorno estava marcado para 8 de julho de 2023 e foi reagendado para o dia 20 de junho de 2024.
Gutierrez tem dupla cidadania, brasileira e espanhola. Ele permaneceu em Madri, capital da Espanha, durante esse tempo. Os bilhetes vencem nesse sábado (29), segundo informações da coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A operação
Além dos mandados de prisão, a PF cumpriu buscas e apreensões em 15 endereços ligados aos ex-diretores da varejista no Rio de Janeiro.
Outros investigados são: Anna Christina Soteto, Carlos Eduardo Padilha, Fabien Picavet, Fabio Abrate, Jean Pierre Ferreira, João Guerra Duarte Neto, José Timotheo de Barros, Luiz Augusto Henriques, Marcio Cruz Meirelles, Maria Chirstina Do Nascimento, Murilo dos Santos Correa e Raoni Lapagesse Franco.
A corporação investiga crimes de: Manipulação de Mercado, Uso de Informação Privilegiada, Associação Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
O rombo da Americanas deixou a empresa em uma recuperação judicial de R$ 50 bilhões, a maior do Brasil.
A Americanas afirmou que confia nas autoridades que investigam o caso e ressalta que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria.
"A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos", disse, em nota, a empresa, hoje comandada por Sergio Rial, que expôs o rombo bilionário da varejista.
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