Dois alvos de prisão da Operação Disclosure, deflagrada nesta quinta-feira (27) pela Polícia Federal (PF) contra as fraudes nas Lojas Americanas , são considerados foragidos. Eles também foram incluídos na lista da Difusão Vermelha da Interpol.
Entenda o caso
Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, ex-CEO do grupo, e Anna Christina Ramos Saicali, ex-executiva da empresa, estão foragidos, visto que ambos não se apresentaram à PF e não se encontram no Brasil. Miguel tem dupla cidadania, a brasileira e a espanhola — e está em Madrid. Anna foi para Portugal, mas não se sabe para qual cidade.
Gutierrez e Saicali estão na lista Difusão Vermelha da Interpol, que serve para divulgar ordens de prisão de indivíduos no exterior, permitindo aos países membros da organização executar os mandados de captura caso os alvos se desloquem para seus territórios.
A PF pode não conseguir a extradição de Miguel e de Anna, mas já avalia um pedido de cooperação internacional a fim de compartilhar provas com autoridades espanholas e portuguesas para que Gutierrez e Saicali respondam no exterior.
A operação
Segundo as investigações, a empresa fraudou R$ 25,3 bilhões. Além dos mandados de prisão, a PF cumpre buscas e apreensões em 15 endereços ligados aos ex-diretores da varejista no Rio de Janeiro.
Outros investigados são: Anna Christina Soteto, Carlos Eduardo Padilha, Fabien Picavet, Fabio Abrate, Jean Pierre Ferreira, João Guerra Duarte Neto, José Timotheo de Barros, Luiz Augusto Henriques, Marcio Cruz Meirelles, Maria Chirstina Do Nascimento, Murilo dos Santos Correa e Raoni Lapagesse Franco.
Entre os crimes apurados na investigação estão: Manipulação de Mercado, Uso de Informação Privilegiada, Associação Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
O rombo da Americanas
deixou a empresa em uma recuperação judicial de R$ 50 bilhões, a maior do Brasil.
Em nota, a Americanas afirmou que confia nas autoridades que investigam o caso e ressalta que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria. “A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”, disse a empresa, hoje comandada por Sergio Rial, que expôs o rombo bilionário da varejista.
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