O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quarta-feira (16) que a Política de Paridade de Importação (PPI), abandonada pela estatal em maio, é uma "estupidez", e que a nova política de preços da estatal "passou no teste" após a empresa aumentar o preço da gasolina e do diesel
vendidos às distribuidoras.
Ao prestar esclarecimentos sobre a nova política de preços da Petrobras diante da Comissão de Infraestrutura e Desenvolvimento do Senado nesta quarta, Prates disse que a empresa foca em subir o preço dos combustíveis apenas quando for necessário.
"Esse é o mérito da política. A política passou no teste? Qual é o teste que se propunha? Alguns mais céticos diziam: 'Não, mas a Petrobras, o Jean, o Lula não vai deixar, enquanto o preço lá fora está baixando está tudo muito bonito, quero ver na hora que subir lá fora, como é que eles vão se comportar, se vão fazer o ajuste'. Fizemos. Portanto, a política passou no teste", declarou Prates.
O presidente da Petrobras disse que seguir o PPI é o mesmo que seguir "volatilidades ocasionais". "Junho e julho foram volatilidades que absolutamente circularam em torno de um mesmo preço médio, nós mantivemos a reta, ao invés de ficar circulando em volta, ao invés de causar insegurança, instabilidade, incerteza de preço de frete, inflação e deflação a todo tempo, 118 reajustes. Nós fizemos patamares e agora precisamos reajustar porque chegamos a um patamar maior, superior estabilizado, não era mais volátil, ele foi volatilizando até chegar a um patamar superior", justificou Prates.
"A Petrobras foi criada para resolver o problema da dependência da importação de petróleo. O objetivo sempre foi buscar maior independência da importação. O PPI é a maior estupidez que um país pode praticar, não sendo importador e sendo autossuficiente em petróleo", declarou.
A partir desta quarta-feira, o preço do litro da gasolina vendido pela Petrobras às distribuidoras subiu R$ 0,41, enquanto o do diesel teve alta de R$ 0,78. Depois de abandonar o PPI em maio, a estatal segue agora uma regra que considera, além do preço do petróleo praticado internacionalmente, fatores como condições de refino e logística.
"Esses preços de referência (do mercado internacional) não são os preços que a Petrobras pratica e não são os preços que a Petrobras precisa praticar para a Petrobras ter lucro. A Petrobras está perdendo dinheiro? Não", reforçou o presidente da estatal.