De acordo com a atualização do relatório Perspectiva Econômica Global, o FMI agora projeta uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,1% em 2023, representando um aumento de 1,2 ponto percentual em relação à estimativa de abril. Essa revisão é atribuída ao crescimento da produção agrícola no primeiro trimestre de 2023, com efeitos positivos na atividade de serviços.
O país teve um crescimento de 1,9% no PIB no primeiro trimestre, impulsionado pelo setor agrícola, que registrou o seu melhor resultado em quase três décadas. No entanto, o FMI alerta que a política monetária restritiva deve continuar a impactar negativamente a atividade econômica no futuro, limitando a expansão.
Após o resultado do PIB, as projeções do FMI feitas em abril foram alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou o desejo de provar que o Fundo estava equivocado em relação à perspectiva de crescimento do país.
"Estou confiante no PIB, tenho dito para o companheiro Haddad [ministro da Fazenda] que a gente vai crescer mais do que a estimativa que o FMI [Fundo Monetário Internacional ]está fazendo. Acho que o PIB vai crescer mais, vão ficar surpresos com nossa economia", disse Lula na época.
Em abril, o FMI projetou que PIB brasileiro cresceria 0,9% neste ano.
Mesmo com uma revisão para cima, a estimativa do FMI para o crescimento brasileiro ainda é mais conservadora do que a estimativa do Ministério da Fazenda, que calcula um crescimento de 2,5% para o PIB deste ano, em comparação com a previsão anterior de 1,9% feita em maio. Para 2024, o Ministério manteve sua estimativa de crescimento em 2,3%.
O ministério da Fazenda defendeu que a revisão no crescimento do PIB foi motivada, sobretudo, por conta do resultado do PIB no primeiro trimestre deste ano. Além disso, existe a expectativa de queda nos juros até o final do ano, o que contribuiria para o crescimento do PIB.
América do Sul
O desempenho esperado melhor do Brasil contribuiu para uma melhora geral na estimativa de crescimento da região em 0,3 ponto percentual, agora projetada em 1,9% para 2023. O México também apresenta um crescimento maior do que o Brasil, com uma previsão de aumento de 2,6%, impulsionado pela recuperação pós-pandemia.