FMI
Cassio Gusson
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Fundo Monetário Internacional (FMI)  projeta que a economia brasileira crescerá menos que a média mundial em 2023, segundo relatório World Economic Outlook ("Perspectivas da Economia Mundial”), divulgado nesta terça-feira (11). Enquanto a entidade prevê alta de 0,9% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, espera que a média mundial seja de 2,8% no ano. 

O Brasil deve ficar atrás até mesmo da média dos países da América Latina e do Caribe. Segundo a entidade, este bloco terá um salto de 1,6% no ano. Considerando-se apenas os países da América do Sul, a média esperada é de 1%.

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O Boletim Focus, do Banco Central, mostrou que os analistas do mercado financeiro projetam alta de 0,91% para o PIB brasileiro no ano. 

O relatório de abril piorou as projeções para o Brasil. No último texto, divulgado em janeiro, o FMI previa 1,2% de alta no PIB brasileiro no ano. Para o mundo a projeção reduziu a expectativa de 2,9% para 2,8% e para a América Latina de 1,8% para 1,6%. 

Em 2022, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, enquanto o crescimento mundial foi de 3,4%. A região que engloba América Latina e Caribe cresceu 4%.

Entre economias emergentes, o Brasil também fica abaixo. A média de crescimento do bloco deve ser de 3,9% no anto, e 4,2% em 2024. A China tem projeção de avanço de 5,2% neste ano, a Índia, de 5,9%, e a Rússia, de 0,7%.

Entre as economias avançadas, a projeção é de crescimento de 1,3% neste ano, e os Estados Unidos deverão avançar 1,6%.

Ano que vem

Para 2024, a expectativa do FMI é que o Brasil cresça 1,5%, próximo da projeção do Boletim Focus, que é de 1,44%. 

Caso a entidade acerte, será mais um ano de crescimento abaixo da média mundial.

A economia mundial deverá crescer 3% no ano que vem, segundo o FMI, e a média da América Latina e Caribe deve avançar 2,2%. O relatório também projeta inflação de 5% neste ano no Brasil.

Causas

O relatório de abril aponta para "uma recuperação difícil”. Segundo os economistas do FMI, “a economia mundial volta a viver um momento de grande incerteza, com os efeitos cumulativos dos últimos três anos de choques adversos - principalmente a pandemia de covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia - manifestando-se de maneiras imprevistas”.

“Estimulada pela demanda reprimida, interrupções persistentes na oferta e picos nos preços das commodities, a inflação atingiu máximas de várias décadas no ano passado em muitas economias, levando os bancos centrais a apertar agressivamente para trazê-la de volta às suas metas e manter as expectativas de inflação ancoradas”, diz o relatório.

O FMI aponta que o início do ano era promissor, com perspectivas de "uma aterrissagem suave, com a inflação caindo e o crescimento estável".

A inflação, no entanto, persistiu, e se somou a crises do sistema financeiro global. 

“Embora a inflação tenha diminuído à medida que os bancos centrais aumentaram as taxas de juros e os preços dos alimentos e da energia caíram, as pressões de preços subjacentes estão se mostrando difíceis, com os mercados de trabalho apertados em várias economias”, diz o documento.

O relatório cita também a manutenção da guerra na Ucrânia e resquícios da pandemia de Covid-19 ainda neste ano.

“Os níveis de dívida permanecem altos, limitando a capacidade dos formuladores de políticas fiscais de responder a novos desafios. Os preços das commodities, que subiram acentuadamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, diminuíram, mas a guerra continua e as tensões geopolíticas são altas”, diz o documento.

Em relação à pandemia de covid-19, que teve grande impacto global nos últimos anos, o FMI diz que “as economias que foram duramente atingidas – principalmente a China – parecem estar se recuperando, diminuindo as interrupções na cadeia de suprimentos.”

No entanto, segundo o relatório, “não se prevê no momento que a economia mundial retorne no médio prazo às taxas de crescimento anteriores à pandemia”.

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