Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional
O Antagonista
Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional

O Fundo Monetário Internacional melhorou consideravelmente a projeção para o crescimento do  Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de 0,8%, na projeção de abril, para 1,7%. A instituição, no entanto, prevê dificuldades para a economia brasileira em 2023. 

No relatório  "Perspectiva Econômica Global" o FMI estima melhoria de 1,1% na atividade econômica, 0,3 ponto percentual abaixo da última análise. 

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No Brasil, as  expectativas do mercado financeiro também são otimistas para este ano, mas pessimistas para 2023. Segundo o Boletim Focus, produzido por especialistas consultados pelo Banco Central, o PIB deve expandir 1,93% em 2022 e 0,49% em 2023.

Isso porque o governo vem elevando os gastos devido ao ano eleitoral. Além do corte de impostos, que devem ser reestabelecidos no próximo ano, os estímulos fiscais também devem contrair. 

O Ministério da Economia é ainda mais confiante no seu desemprenho em 2022, prevendo crescimento de  2% neste ano e de 2,5% em 2023.

América Latina

O Brasil ajudou a impulsionar a projeção para o crescimento da América Latina e Caribe, com o FMI estimando agora aumento do PIB da região de 3,0% este ano, 0,5 ponto a mais do que no relatório anterior.

Mas da mesma forma, a estimativa para a América Latina e Caribe no ano que vem piorou em 0,5 ponto, para 2,0%.

"Embora as revisões sejam principalmente negativas para economias avançadas, exposições diferentes aos principais acontecimentos significam que as de mercados emergentes e economias emergentes são variadas", disse o FMI. 

A Europa deve entrar em cenário de desaceleração devido à guerra da Ucrânia e ao enfraquecimento do euro.

"Os riscos para o cenário são predominantemente negativos. A guerra na Ucrânia pode levar a uma interrupção repentina das importações de gás da Rússia pela Europa; pode ser mais difícil reduzir a inflação do que o esperado se os mercados de trabalhos estiverem mais apertados ou se as expectativas de inflação desancorarem", listou o FMI. 

O PIB global teve redução de 0,4 ponto, para 3,2%, devido à inflação enfrentada por conta da alta no preço das commodities. Outro motor global, a China enfrenta novos surtos de Covid e, com isso, analistas projetam crescimento menos acelerado este ano. Para a China, o Fundo cortou as perspectivas de crescimento em 1,1 ponto para 2022 e em 0,5 ponto para 2023, indo respectivamente a 3,3% e 4,6%. 

Se o cenário se concretizar, o FMI também projeta desaceleração para os mercados emergentes: 3,6% em 2022 e 3,9% em 2023, com cortes respectivamente de 0,2 e 0,5 ponto percentual.

Veja a projeção


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