Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, durante anúncio de novos ministros que comporão o governo.
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 22.12.2022
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, durante anúncio de novos ministros que comporão o governo.

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, pediu nesta segunda-feira (8) para que as centrais sindicais tornam públicas suas críticas à atual taxa de juros brasileira. Na última semana, o  Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, patamar em que se encontra desde agosto do ano passado.

"Pedi para a UGT [União Geral dos Trabalhadores] e para as centrais sindicais deixarem publicamente o nosso desagrado com essa insistência de seis meses [de manter a taxa de juros]. Todos os números da economia brasileira são excelentes. Está sobrando dinheiro no governo federal. E o juro é o mesmo número de janeiro", disse França em discurso no 5º Congresso Nacional da UGT.

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Além de membros da UGT, o congresso reuniu mais de mil pessoas, entre elas representantes de centrais sindicais de diversos setores da economia, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical.

França ainda declarou que a taxa de juros é decidida por uma pessoa "não eleita" e nomeada no "governo passado", em referência ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.

"Nós vamos respeitar a regra do jogo. Mas não existe ninguém que não possa ser criticado. E nós temos que deixar essa crítica pública", afirmou França.

A crítica do ministro engrossa o coro do governo contra a atual gestão do BC. Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não se pode falar de juros no Brasil . "Como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas", disse o presidente, se referindo a Campos Neto.

No mesmo evento em que França discursou, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o Banco Central precisa "cair na real e tirar o pé do pescoço da economia brasileira" .

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