Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre decisão do Copom
Oédson Alves/Agência Brasil - 05/04/2023
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre decisão do Copom

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (4) que ficou "bastante preocupado" com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 13,75% ao ano , patamar em que se encontra desde agosto do ano passado, mesmo sob fortes críticas do governo.

"Fiquei bastante preocupado com a decisão de ontem do nosso Copom de manter a maior taxa de juros do mundo em uma economia que tem hoje uma das mais baixas taxas de inflação", disse Haddad, em discurso durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão.

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Apesar de ter criticado a decisão do Copom, Haddad defendeu o diálogo com o Banco Central. "Ainda assim, nós vamos perseverar em tentar harmonizar a política fiscal e monetário, vamos perseverar no diálogo com o Banco Central, no diálogo com a sociedade, porque nós entendemos que esse é um tema muito importante e que não opõe, como alguns pensam, o político ao técnico", declarou o ministro.

Haddad disse que o tema dos juros "importa para a política fiscal, para o planejamento de longo de prazo, para a tomada de decisão dos empresários, e para todos os desejosos de vir ao Brasil", mas declarou que não vai pressionar o Banco Central para reduzir a Selic.

"Da minha parte, jamais vai haver qualquer tipo de pressão política, no sentido pejorativo do termo, sobre um órgão público que tenha a mesma legitimidade que eu tenho ao ser designado pelo presidente da República", afirmou.

Nos últimos meses, o governo vem pressionando o BC para que haja uma redução da taxa de juros, sobretudo através de falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto Haddad tentou acalmar os ânimos, Lula afirmou, durante discurso diante do Conselhão, que não se pode falar de juros no Brasil .

"Como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas", disse Lula, se referindo ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e arrancando aplausos da plateia.

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