Centrais sindicais entraram na justiça nesta quarta-feira (25) para pedir o bloqueio de R$ 1,53 bilhão da conta pessoal dos acionistas da Americanas Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, como garantia do pagamento de ações trabalhistas contra a empresa.
Hoje, a Americanas tem aproximadamente 17 mil ações trabalhistas em curso . A Ação Civil Pública foi levada para a 8ª Vara do Trabalho de Brasília.
O pedido foi acionado por oito entidades trabalhistas: CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), FS (Força Sindical), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Contracs-CUT (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços), e CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio).
Nesta terça-feira (24), as entidades haviam se reunido de forma virtual para debater o assunto . A medida visa proteger os 44 mil funcionários da varejista empregados, e garantir que o pagamento de outros processos trabalhistas não sejam prejudicados pela recuperação judicial.
Durante a reunião, o gerente de Recursos Humanos e Relações Sindicais da varejista, Lúcio Marques, afirmou estar "otimista" sobre o processo de recuperação judicial.
A medida é prevista em lei em casos extraordinários, e exclui o direito de autonomia patrimonial da empresa em casos de condutas abusivas ou fraudulentas. Durante a semana, alguns bancos como o BTG Pactual, Safra e Santander já entraram na justiça para obrigar o pagamento de suas dívidas.
Nesta quarta-feira (25), a Americanas entregou para a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro sua lista de credores . No total, a dívida acumulada da companhia é de R$ 41,2 bilhões, sendo R$ 64,8 referentes à trabalhadores.
Em nota, o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Márcio Ayer, afirmou que o papel dos trabalhadores do estado é essencial para a finalização do processo. "O Rio de Janeiro, como cidade sede da marca, tem um papel fundamental nessas ações", disse. "Estamos organizando outras formas de pressão pelos direitos dos nossos trabalhadores, como manifestações e protestos. Não podem milhares de profissionais pagarem a conta pelo enriquecimento cada vez maior de poucos. É assim que se dá a concentração de renda mais desigual a cada dia no Brasil".
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