A movimentação dos servidores federais por reajustes e reestruturação de carreiras vem aumentando a pressão sobre o governo nas últimas semanas. Funcionários do Banco Central (BC) entraram em greve
na sexta-feira (1º), enquanto funcionários do Tesouro Nacional realizaram paralisações. Servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) decidiram iniciar uma "operação padrão"
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Também há movimentos da Receita Federal, do INSS e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A demanda dos servidores acontece na esteira da promessa do presidente Jair Bolsonaro de que iria reajustar salários apenas das carreiras federais de segurança, como a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Nesta semana, o governo também passou a discutir a possibilidade de conceder aumento linear de 5% a partir de julho, o que não agradou aos sindicatos dos servidores. Os funcionários ficaram com os salários congelados em 2020 e 2021. Nos estados, praticamente todos os governadores já anunciaram aumentos, o que intensifica a pressão sobre Bolsonaro.
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A greve do Banco Central começou na sexta-feira e já afeta algumas divulgações e serviços. Segundo o BC, devido à paralisação, o relatório Focus (com estimativas de mercado para a economia), os indicadores econômicos e o Relatório de Poupança não serão divulgados nas datas previstas para a próxima semana.
Forçar uma proposta
O presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal), Fabio Faiad, disse que há uma adesão de 60% a 70% dos servidores da instituição e entrega de 700 dos quase mil cargos comissionados. Quando isso ocorre, o servidor perde a gratificação, mas mantém o emprego.
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A demanda é por reestruturação da carreira e um reajuste de 27%. O movimento é liderado por servidores da elite do funcionalismo. Analistas do Banco Central têm salário inicial de R$ 19,2 mil que pode chegar a R$ 27,4 mil no topo da carreira.
Ele afirma que os serviços essenciais serão mantidos. O BC vem ressaltando que tem planos de contingência para manter o funcionamento de sistemas críticos, como o Pix e o Sistema de Transferência de Reservas (STR).
Para o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, o reajuste pensado pelo governo de 5% é "completamente inaceitável". "A mobilização é para forçar o governo a apresentar uma proposta, que efetivamente não apresentou para ninguém, nem para a polícia".
Na tarde de sexta-feira, representantes de algumas categorias se reuniram com o Ministério da Economia. Segundo Sergio Ronaldo da Silva, do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos (Fonasefe), a expectativa era a de que a pasta apresentasse alguma resposta em relação à reivindicação de recomposição salarial de 19,99%. Em nota, a Economia afirmou que não partiu da pasta a convocação formal da reunião.
No Tesouro Nacional, as atividades ficaram paralisadas durante toda a sexta, afetando os pagamentos de despesas do governo. A mobilização já atrasou a apresentação de relatórios fiscais e provocou cancelamento de comunicados a estados e municípios.
No INSS, servidores administrativos estão em greve desde 23 de março. Já os médicos peritos paralisaram o atendimento em 30 de março, o que tem afetado o atendimento.