O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu indícios nesta segunda-feira (21) que pretende continuar no cargo em um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro, mas não garantiu a permanência. Como condição, Guedes diz que o Brasil precisa manter a aliança entre conservadores e liberais que elegeram Bolsonaro.
"Se vejo que essa aliança está seguindo, estou entusiasmado. Agora, se for um governo só conservador…", ponderou Guedes em entrevista à Jovem Pan News no fim da noite desta segunda-feira.
"Acredito no caminho da prosperidade, e acho que o presidente Bolsonaro quer fazer esse caminho. Mas tem gente que quer desviá-lo. Enquanto eu tiver a confiança e o entusiasmo dele, nós vamos estar juntos", completou.
Ele demonstrou confiança para as eleições deste ano, justificando que a "centro-direita está derrotando a esquerda" nas urnas e citou 2018 e 2020 como exemplos.
Na avaliação de Guedes, a gestão bolsonarista deve continuar no poder. "O que nós temos que fazer é mais do que estamos fazendo, e ir aperfeiçoando."
Ele diz não se arrepender de ter aceitado o cargo, e que seu "julgamento será feito pela história".
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Reajuste
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro avalia conceder um reajuste linear de R$ 400 para todos os servidores da União neste ano, Guedes se mostra contrário e teme esbarrar na Lei Eleitoral.
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Guedes destacou que o funcionalismo "merece aumento", mas que a possibilidade está esbarrando no teto de gastos.
"Separamos o recurso para atender o presidente em relação a salários dos policiais. E a decisão é se concede reajuste e os outros servidores de outras categorias ficam insatisfeitos", falou o ministro.
Crescimento do PIB
O ministro contrariou as previsões do mercado e disse que o PIB (Produto Interno Bruto) cresce 1,5% em 2022, ao contrário dos 0,3 apontados no Boletim Focus. “Eles vão errar outra vez. Eu não tenho a menor dúvida” .
O ministro aproveitou para criticar previsões de órgãos internacionais: “Toda hora fazem previsões em que subestimam o Brasil e superestimam o que acontece com eles. Na verdade, nós vacinamos mais do que eles. Nós crescemos mais do que a média. Esse ano vai acontecer a mesma coisa”, afirmou.
Guedes criticou políticas adotadas anteriormente nas estatais
O ministro reprovou os monopólios de energia nacionais , controlados pelas estatais Petrobras e Eletrobras.
“Nós somos vítimas, prisioneiros, de 2 monopólios verticalizados há décadas: a Petrobras e a Eletrobras, que controlavam tudo. A Eletrobras controlava a geração, a transmissão, a distribuição [de energia elétrica], e a Petrobras, a extração, o transporte e a distribuição [de petróleo]”, afirmou.