Após servidores da Receita Federal aprovarem paralisação
por insatisfação com o governo em não conceder bônus, o presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nesta sexta-feira (24) dizendo que pode atender os pedidos da categoria já que "não tem nada definido" em relação ao Orçamento. A informação é da Folha de São Paulo.
"Reajuste é outra questão. Temos um teto [de gastos] rígido, infelizmente. Gostaria de conceder, mas continuo conversando com a equipe econômica para ver o que a gente pode fazer. Os servidores tiveram uma reforma previdenciária, inflação de 10%, então está bastante difícil a situação deles", disse no Palácio da Alvorada.
"No Orçamento [de 2022] foi reservado R$ 2 bilhões para atender uma ou outra categoria mais prejudicada. Mas o que eu ouvi é que preferem não ter ninguém do que ter para alguns poucos. Vamos ver como fica, nada está definido nesta questão", afirmou.
A categoria escolhida por ele foi a dos policiais federais, mas Bolsonaro não afastou a possibilidade de expandir o aumento para demais servidores.
"[Sobre] os R$ 2 bilhões, vai ser decidido para quem ir. Pode ser para parte do pessoal da Receita, pode ser para os policiais rodoviários federais, penais, ou para ninguém. Ou dar menos de 1% para todo mundo. Deixa acalmar aí um pouquinho que a gente toma a melhor decisão", comentou.
Ontem a categoria se reuniu na maior assembleia desde 2016, os auditores-fiscais aprovaram a paralisação de todos os projetos nacionais e regionais do Plano Operaciona l, em mobilização da categoria que protesta por cortes no orçamento da Receita Federal em 2022 e pela falta de regulamentação do bônus de produtividade.
Pelo menos 635 auditores-fiscais abriram mão de cargos de chefia ou com gratificação como parte do movimento de protesto pelos cortes no orçamento da Receita Federal em 2022 e pela falta de regulamentação do bônus de produtividade da categoria, que chega a R$ 3 mil.
Leia Também
Desoneração da folha de pagamentos
O Congresso aprovou o Orçamento sem a desoneração da folha de pagamento para os 17 setores que mais empregam no país, mesmo após os próprios parlamentares aprovarem a medida e com apoio público de Bolsonaro.
Hoje ele disse que ocorreu uma "bobeada".
"Deram uma bobeada no Orçamento, mas vai ser sancionado, quero é solução. Não quero saber quem é o responsável não. Não interessa em que condições. Fiz uma reunião com os 12 setores, inclusive de vocês da imprensa, e foi acertado", afirmou.
Em transmissão nas suas redes sociais nesta quinta-feira (23), Bolsonaro confirmou que está em conversa com o relator do Orçamento no Congresso, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
"Nós vamos sancionar o projeto que fala da desoneração da folha . Atinge 17 categorias, vai ser sancionado. Antes que comece a circular notícia desencontrada", afirmou
Liberação de jogos de azar
Bolsonaro também comentou uma pauta que deve ser votada no início de 2022 pela Câmara: a liberação de jogos no Brasil. A bancada evangélica do Congresso pressiona Bolsonaro para vetar a medida, caso seja aprovada.
"Pretendo vetar a questão dos jogos no Brasil, acho que não estamos maduros para avançar nessa questão ai. Só tem muita gente que defende, se eu vetar e derrubar o veto, vamos respeitar", completou.