O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (3) que a verba liberada com a PEC dos Precatórios e com o ajuste do teto de gastos não será destinada para a classe política. Ele também ressaltou que a ideia de calcular o teto tendo como base dezembro, e não junho como antes, não partiu do Ministério dele.
“A revisão do teto não veio da economia, mas é tecnicamente sustentada, e o dinheiro não está indo para a política”, disse em apresentação no Encontro Anual da Indústria Química.
Parte do Congresso, no entanto, defende o aumento das emendas do relator, que formam o "Orçamento Secreto" , por recursos da folga no teto.
Segundo ele, o espaço fiscal liberado vai para o Auxílio Brasil , benefício que substituiu o Bolsa Família. Além disso, o ministro pretende separar parte da verba para compra de vacinas e para a desoneração da folha de pagamentos até 2023.
A mudança proposta pelo Senado de limitar o subteto de precatórios até 2026 desagradou Guedes, mas ele ressaltou que traz segurança jurídica a longo prazo.
No mesmo evento, Guedes culpou a alta na taxa básica de juros pela desaceleração no crescimento após o resultado negativo do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre .
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"A Faria Lima, os banqueiros estão prevendo crescimento menor. É natural, é do ângulo de visão de financistas. É claro que vai haver desaceleração forte porque os juros estão subindo. A inflação subiu. De novo, estamos fazendo a coisa certa. O importante não é a previsão, é fazer a coisa certa", declarou o ministro.
Ontem, Guedes havia atribuído a queda de 0,1% no PIB às "condições climáticas".