Os preços dos combustíveis são destaque negativo com grande peso na inflação de 2021. No ano, o acumulado é assustador: enquanto a gasolina já subiu 73%, o preço do diesel já está 65,3% acima do registrado no início de janeiro, apontam dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nesta segunda-feira (25), a Petrobras divulgou novos aumentos de combustíveis, que já passam a valer nesta terça, 26 . A gasolina subirá 7%, e o diesel 9%. As altas são para as refinarias, então não necessariamente serão repassados nesses percentuais aos consumidores.
Para as bombas dos postos, os reajustes dependem, além do preço da refinaria, dos impostos e da margem de lucro das distribuidoras. De acordo com a ANP, na semana passada o preço médio da gasolina chegou a R$ 6,36 o litro . Em alguns estados, o valor do litro já supera os R$ 7.
O presidente Jair Bolsonaro já havia avisado nos últimos dias que os combustíveis teriam novos aumentos em breve . "Eu não tenho como interferir na Petrobras. Tenho falado com Guedes sobre o que vamos fazer com ela no futuro. A gente não vai interferir no preço de nada. Infelizmente pelos números do petróleo lá fora, infelizmente, nós teremos reajuste no combustível", disse o presidente no domingo, ao lado do ministro da Economia.
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A Petrobras adota, desde 2016, uma política de reajuste de preços pautada pelas variações internacionais do petróleo. Desde a última alta anunciada pela estatal no Brasil, o petróleo já subiu quase 4%. Nesta segunda, o barril do tipo Brent, referência no mercado internacional, segue em alta, cotado a US$ 86,35.
"Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras", disse a Petrobras em comunicado.
Greve dos caminhoneiros à vista
Diante das seguidas altas do diesel, os caminhoneiros prometem parar o país. Uma nova greve está marcada para o dia 1º de novembro, e nem o Auxílio Diesel anunciado por Bolsonaro deve brecar isso, já que representantes da categoria veem a bolsa de R$ 400 proposta pelo governo para cerca de 750 mil caminhoneiros como "esmola". Veja o que já se sabe sobre a greve dos caminhoneiros aqui .