Greve dos caminhoneiros em  2018 foi uma das maiores agitações já registradas no país
Nilton Cardin/Agência O Globo
Greve dos caminhoneiros em 2018 foi uma das maiores agitações já registradas no país

O governo federal cancelou de última hora a reunião que teria com líderes dos caminhoneiros, às vésperas de uma nova paralisação nacional . O encontro aconteceria nesta quinta-feira (28), com integrantes do governo, a Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas e ainda representantes da categoria .

A ideia era tentar evitar a nova greve dos caminhoneiros, prevista para 1º de novembro, ouvindo as principais demandas dos motoristas e tentando chegar a acordos.

A expectativa é que a paralisação dure cerca de 15 dias e se concentre no Porto de Santos, mas também atinja outros estados e estradas pelo Brasil . Os caminhoneiros se revoltam com o preço do diesel, que não para de subir, a política de preços da Petrobras - pautada pelos reajustes internacionais do petróleo - e a tabela do frete.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar na última semana um 'Auxílio Diesel' de R$ 400, para cerca de 750 mil caminhoneiros , até o final de 2022. No entanto, a bolsa é vista como insuficiente e incapaz de desmobilizar a categoria, que diz que, com o atual valor do diesel, R$ 400 é muito pouco.

"Caminhoneiro não faz nada com R$ 400, com diesel na média de R$ 4,80. Os R$ 400 propostos pelo presidente não atendem as demandas dos caminhoneiros. Manteremos nossas demandas e greve em 1º de novembro”, afirmou o organizador da paralisação de 2018, Wallace Landim, popularmente conhecido como Chorão.

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"Caminhoneiros não querem esmola, querem dignidade", defendeu a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) após Bolsonaro prometer o Auxílio Diesel.

Entenda o cancelamento da reunião

Nereu Crispim (PSL-RS), deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, diz que o cancelamento da reunião se deve a um ruído na comunicação entre os que estariam presentes no encontro.

À Folha de S. Paulo , O governo diz que Crispim tenta se promover e quis transformar o evento em algo maior do que seria ao anunciar que ministros participariam da reunião com caminhoneiros. Visto como articulador oficial dos caminhoneiros em Brasília, o deputado do PSL criticou Bolsonaro, Paulo Guedes e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

Segundo Crispim, o Auxílio Diesel de R$ 400 é "esmola", Guedes e Bolsonaro só "trabalham para banqueiro e investidor da Bolsa de Valores" e Tarcísio é uma pessoa de "conversa fiada" e nunca conseguiu resolver uma pauta.

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