BC deve elevar Selic em 1 ponto percentual por reunião, mas foco é 2022, diz diretor
Geraldo Magela/Agência Senado
BC deve elevar Selic em 1 ponto percentual por reunião, mas foco é 2022, diz diretor

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, reforçou nesta quarta-feira (13) que a entidade monetária deve continuar elevando a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual por reunião, até atingir a meta em 2022. Segundo ele, esse ritmo é "suficiente", contudo, funciona apenas como "uma indicação" e não "um compromisso".

"O BC fez simulações e o que importa mais agora é o número final da Selic e não o ritmo, já estamos em um ritmo rápido. Se continuarmos subindo 1 ponto percentual por reunião, temos condições de convergir a inflação 2022 [à meta]", afirmou Kanczuk em evento organizado pelo HSBC.

Fabio Kanczuk não entrou em detalhes sobre qual seria o nível final da Selic. Mas, no relatório Focus desta semana, o mercado financeiro elevou a expectativa de alta de 8,50% para 8,75% em 2022 . No mês passado, o BC elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual , para 6,25% ao ano e indicou que fará um novo aumento de mesma magnitude na próxima reunião, no fim de outubro. 

Acelerar ou diminuir o ritmo seria subir ou reduzir a Selic acima desse patamar (de 1 ponto percentual). A ideia é desaquecer a economia, a fim de reduzir os preços . "Se ritmo da inflação enlouquecer, posso achar que ritmo de 1 pp não será mais suficiente", disse o diretor do Banco Central.

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Diante de surpresas inflacionárias, em que os preços sobem acima do esperado, o mercado tem pressionado para que o BC intensifique o ritmo de alta dos juros. A projeção da autarquia para a inflação no próximo ano é de 3,7% - abaixo da estimativa apontada pelo relatório Focus, de 4,17%.

"As expectativas do BC e do mercado estão subindo. Isso significa que temos que fazer uma política monetária mais restritiva", apontou Fabio Kanczuk. Ele afirmou que o "horizonte relevante", ou seja, para quando o BC entende que sua política monetária fará efeito, é 2022 e 2023, mas reforçou que o foco principal da entidade é a inflação do ano que vem.

"Quero olhar para 2022 como foco, porque neste ponto, quando a inflação está alta, em torno de 10%, fica mais incerto como a inércia [quanto o índice atual afeta dados futuros] irá se comportar", pontuou.

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