Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, foi o convidado do Brasil Econômico ao Vivo desta quinta-feira (23) e defendeu a criação de um vale-gás do governo federal para combater o uso crescente de lenha e tornar o GLP (Gás liquefeito de petróleo) mais acessível.
O número de residências usando lenha para cozinhar já supera o uso de gás . Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que o uso dessa matriz de energia começou a aumentar em 2014, mas só ultrapassou o GLP em 2018. No ano passado, 26,1% dos brasileiros usavam lenha contra 24,4% que usavam o botijão.
Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro chegou a ventilar a possibilidade de destinar R$ 3 bilhões da Petrobras para subsidiar a compra do gás de cozinha, mas a ideia foi desmentida pelo presidente da estatal , general Joaquim Silva e Luna, e não avançou.
"Sempre que o governo tentou subsidiar o GLP, subsidiou-se para todo mundo, esse foi o erro. Supondo que você despeje R$ 3 bilhões por ano no botijão de 13 kg, você vai baratear em R$ 6 o produto. Isso não muda a vida de ninguém, tem pouca potência", explica Sergio.
"Se eu pegar esse valor e destinar para 10 milhões de famílias, eu vou conseguir dar, a cada dois meses, cerca de R$ 50 para ajudar na compra do botijão. Isso sim tem potência, e são os mesmos R$ 3 bilhões", completa.
Para localizar esses vulneráveis, o presidente do Sindigás sugere o CadÚnico que "apesar de ter defeitos", é um "luxo que poucos países têm".
No Senado, tramita o Projeto de Lei (PL) 2.350/2021, de autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM) que cria o Programa Gás para os Brasileiros , pelo prazo de cinco anos, a ser custeado por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre Combustíveis (Cide).
A ideia seria dar a cada dois meses um botijão de 13 kg para famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo, ou que tenham entre seus membros residentes no mesmo domicílio quem receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O projeto seria analisado na sessão semipresencial de 17 de agosto, mas foi retirado de pauta por decisão do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
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