O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira (10) que policiais e outros agentes de segurança precisam "compreender a situação fiscal" do país e "dar sua cota de sacrifício". Mourão comentou articulações para retirar profissionais da área da chamada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial, que impede aumento de salários e progressões durante momentos de crise financeira .
Em um aceno a policiais, que fazem parte da base de sustentação do governo, Mourão ressaltou que os agentes fazem parte de um "segmento extremamente importante":
"Não resta dúvida que o segmento da segurança pública é um segmento extremamente importante, porque provê uma daquelas que são as necessidades básicas da nossa população", disse, ao chegar no Palácio do Planalto.
O vice-presidente, no entanto, afirmou que não pode haver um "tratamento desigual":
"Mas, da mesma forma que a gente reclama que não pode ter tratamento desigual, as pessoas têm que compreender a situação fiscal em que o governo se encontra. Não só o governo federal, como os governos dos estados e municípios. E que é um momento de crise que requer medidas onde todos têm que dar sua cota de sacrifício. Acho que tem que haver uma comunicação a esse respeito para as pessoas compreenderem isso".
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Bolsonaro defendeu blindagem
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta, em primeiro turno , o texto principal da PEC Emergencial. Durante o dia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que os deputados manteriam o texto já aprovado pelo Senado, sem concessões a corporações.
Agora, parlamentares ainda precisam analisar supressões ao texto, que podem desidratar a PEC. Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a blindagem a profissionais de segurança. Ele manifestou apoio à retirada do congelamento de salários da categoria. Em sentido contrário, a equipe econômica travou uma queda de braço para manter a austeridade da PEC.
Pela manhã e durante a tarde de terça-feira, as negociações de deputados ligados à segurança pública eram para tirar da proposta dispositivos que preveem a proibição das promoções automáticas de servidores em caso de crise fiscal. Apoiada pela oposição, a medida beneficiaria todos os funcionários públicos e não apenas a categoria de segurança pública.
Antes de publicar o relatório, Freitas confirmou a intenção de Bolsonaro de contemplar servidores da área.
"O presidente Bolsonaro queria ver (o atendimento) à segurança pública neste momento, mas nós entendemos que agora o plenário da Câmara é soberano. E nós vamos levar à apreciação dos deputados. O meu relatório vai neste sentido (de manter o texto do Senado)", disse Freitas.