A falta do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi percebida no lançamento do programa habitacional Casa Verde e Amarela – que substituirá o Minha Casa, Minha Vida. A ausência de Guedes no anúncio do "novo MCMV" expõe o processo de desgaste do ministro da Economia no governo Bolsonaro.
No evento em Brasília, na manhã desta terça-feira (25), Guedes foi representado pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães – que foi apelidado por Bolsonaro de "PG2", em referência ao ministro da Economia. Fontes do governo afirmam que Guedes não gostou do apelido dado à Guimarães em sua referência.
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"Além de vocês (ministros e parlamentares), (quero cumprimentar) o nosso prezado PG2, Pedro Guimarães, o presidente da Caixa,
que não mede esforços para atender a nossa sociedade", disse Bolsonaro.
Além da possível rixa de Guedes com Guimarães, o Casa Verde Amarela é capitaneado pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também antagonista de Guedes. Marinho é visto como gastador, enquanto Guedes quer conter os gastos públicos.
Um episódio recente que manchou a imagem de Guedes foi de o ministro ter acusado o Senado de ter cometido "crime" ao derrubar o veto de Bolsonaro, que congelava os salários de funcionários públicos. A Casa aprovou convite para que o ministro explique sua fala, mas o evento pode piorar ainda mais a relação de Guedes.
Em caso de queda de Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é visto como um possível novo ministro da Economia. Mas na segunda-feira (24), Campos Neto disse à CNN que esse debate não existe.
A debandada do ministério da Economia, com a saída de diversos secretários no último mês, também não é um bom sinal e mostra instabilidade na equipe econômica.
O centro dos problemas de Guedes no governo Bolsonaro é que, enquanto o ministro defende a contenção de gastos como maneira de recuperação econômica, o presidente sabe que essas medidas podem abalar sua popularidade – e até mesmo comprometerem sua reeleição em 2022.