O ministro da Economia, Paulo Guedes, desmarcou parte da agenda com seus secretários nesta segunda-feira (17) para discutir com o presidente Jair Bolsonaro a reforma tributária a ser enviada ao Congresso até o fim deste mês e a proposta do chamado Pacto Federativo, em tramitação no Legislativo como uma alternativa para abrir espaço do teto de gastos que limita o crescimento das despesas para ampliar os investimentos.
Segundo auxiliares do ministro, a ideia é dividir a responsabilidade com a ala política, que pressiona pela elevação do gasto público, e mudar o discurso de que é preciso furar o piso e não o teto.
Isso seria possível com a desindexação e desvinculação do orçamento. Já em relação à reforma tributária, Guedes deverá apresentar ao presidente os capítulos da proposta, sobretudo do que trata da renda do trabalhador. A ideia é ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) de pessoas físicas para R$ 3 mil.
Para as empresas, desonerar a folha de salários para quem ganha até um salário mínimo; acima disso, a contribuição previdenciária patronal cairia de 20% para 15%, condicionada a criação do imposto sobre transações financeiras, que vem sendo chamada de "nova CPMF".
Guedes também deverá discutir o programa Renda Brasil, que vai substituir o Bolsa Família e o auxílio emergencial. O programa é considerado a menina dos olhos do presidente Bolsonaro, disse um interlocutor.
Segundo essa fonte, as desavenças entre desenvolvimentistas, que pressionam por mais gasto público, e a equipe econômica são normais, e existiram em outros governos. Apesar da pressão e baixas na sua equipe, Guedes continua alinhado ao governo e sabe que é “pau de barraca”, disse um amigo do ministro.