O orçamento para 2021 do governo Bolsonaro deve ser enviado ao Congresso até o fim deste mês de agosto. Mas uma prévia da proposta foi obtida pelo jornal Estadão e mostra que o Ministério da Defesa deve receber mais dinheiro público do que o Ministério da Educação no ano que vem.
Nos documentos obtidos pela reportagem, é possível ver que o governo Bolsonaro pretende reservar R$ 5,8 bilhões a mais com os militares do que com educação. A Defesa terá um aumento de 48,8% em relação ao orçamento de 2020, passando de R$ 73 bilhões a R$ 108 bilhões em 2021.
Em nota, o Ministério da Defesa afirmou que: "ao contrário do que apresenta a matéria, a Defesa não 'terá acréscimo de 48,8% em relação ao orçamento deste ano' e, também, não há qualquer indicação de que a Defesa “terá mais dinheiro que a Educação em 2021”.
"O valor autorizado na Lei Orçamentária ( LOA ) para 2020 do Ministério da Defesa é de R$ 106 bilhões e não de R$ 73 bilhões, conforme consta da reportagem. Assim, o valor para 2021, citado na matéria (R$ 108,56 Bi), caso confirmado, representaria um acréscimo de 2,4% para a Defesa, muito longe dos 48% aventados pelo repórter", argumenta o Ministério.
Já a verba do Ministério da Educação deve cair de R$ 103 bilhões atuais a R$ 102,9 bilhões no ano que vem.
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A Defesa nega estes dados em sua nota, afirmando: "O orçamento de despesa primária disponível para a Educação em 2020 é de R$ 124 bilhões. Assim, não é verdade que o orçamento da Defesa é maior que o orçamento em Educação, nem há qualquer indicação de que será maior em 2021."
Os valores, não corrigidos pela inflação, consideram todos os gastos dos ministérios – pagamento de salários, compra de equipamentos e projetos. Para os militares, o orçamento pode ser gasto para a compra de submarinos nucleares e aeronaves.
O orçamento deste ano da Defesa era de R$ 73 bilhões, mas recebeu também R$ 41 bilhões de aportes, gerando um montante orçamentário de R$ 114 bilhões em 2020.
A Educação, por outro lado, recebeu R$ 103,1 bilhões de orçamento em 2020 e, segundo a Economia, fechará o ano com R$ 120 bilhões para despesas, ou seja, um incremento de R$ 17 bilhões.
O Minstério da Economia está recebendo as demandas dos ministérios para fechar a proposta do orçamento 2021 e enviá-la ao Congresso.