Com o emprego voltando ao Brasil, o número de desempregados
diminuiu 4,6% no trimestre encerrado em julho segundo o IBGE, as chances de quem está em busca de recolocação ouvir o telefone tocar aumentam.
É hora de se preparar para outro momento de tensão: a entrevista de emprego .
A Coach de Carreira, Gabriela Almeida é Coach de Carreira explica que o candidato precisa ter algumas prioridades para sair da entrevista com a vaga.
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Isso envolve preparação com pesquisas sobre a empresa, sobre a cultura organizacional em sites como o Glassdoor, sobre o segmento do negócio e até sobre o perfil do recrutador no LinkedIn, por exemplo.
"São passos para garantir uma empatia e maior facilidade para gerar vínculo com o entrevistador. Mostrar conhecimentos, aparentar tranquilidade e naturalidade ao chegar no local e por fim, mostrar como você pode ser a peça-chave que a empresa está buscando para resolver os problemas e entregar os resultados no menor tempo possível", acrescenta.
Os especialistas garantem que o recrutador precisa ver no candidato que a solução e perfil ideal que a empresa busca e quanto mais conhecimento tiver sobre a empresa e sobre a vaga, mais chances de encantar o entrevistador.
Um em cada quatro desempregados procura emprego há pelo menos 2 anos
"Caso não se sinta 100% preparado, procure um Coach de Carreira, pois ele irá ajudar o candidato a se conhecer um pouco melhor e saber vender os seus pontos positivos e oportunidades de desenvolvimento", disse Gabriela Almeida.
O cubano Alejandro Antonio, de 30 anos, decidiu procurar emprego em São Paulo e desde que chegou, há cerca de uma semana, não tira os olhos do e-mail.
Tem certeza de que vai ser chamado para uma entrevista de emprego depois de se candidatar a dezenas de vagas de auxiliar administrativo.
Ele não nega que sinta um friozinho na barriga no que ele considera ser o maior desafio: a entrevista de emprego, quando entra em uma sala onde normalmente é encarado por um recrutador - que varia entre o auxiliar de Recursos Humanos e o próprio chefe.
“Tento não ficar nervoso para que a conversa seja fluida e eu consiga coordenar
as ideias”, diz Alejandro.
Perguntas e sinceridade nas respostas
Além das dicas que todo mundo conhece, como se vestir adequadamente, sorrir e ser educado, e, no caso das mulheres, evitar excesso de maquiagem e perfume, é bom se preparar para as perguntas.
Quem nunca teve de responder qual é o seu ponto fraco? Ou qual o ponto forte? Por que você está interessado em trabalhar para esta empresa? Onde você se vê em cinco anos?
“Poderia falar, de forma elegante, que seria melhor perguntar aos seus amigos, que o conhecem melhor. Outra possibilidade é falar, por exemplo: pontualidade . Inverter os papéis e perguntar: ‘para o posto que vou ocupar, não ser pontual é algo grave?’”, aconselha o executive coach Edson de Moraes, formado pelo Instituto EcoSocial e certificado pelo ICF – International Coach Federation e sócio do Espaço Meio.
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Moraes aconselha a ser sincero , mas a responder o que for questionado e a não falar voluntariamente aquilo que pode ser delicado.
“O que interessa a essa pessoa perguntar se você estiver se medicando, se tratando? Porém, se perguntarem, responda a verdade. Exemplos: ‘Sim, tenho uma doença psiquiátrica, mas eu tomo remédio, faço terapia e estou bem’; ou ‘Fui contaminado pelo vírus HIV, faço tratamento e isso não me impede de ter uma vida normal’", aconselha.
O coach ainda faz um alerta: o candidato deve se questionar se é bom trabalhar em empresas que apresentem questões como saúde, gênero e posicionamento político em uma entrevista de emprego.
Embora o cenário do mercado de trabalho no Brasil não seja nenhum pouco confiável, é possível e, não raramente, necessário dizer não à vaga .
“As pessoas não têm coragem de falar não, pois se sentem rejeitadas. Elas sempre esperam por alguma recompensa. Outros pensam que falar não é uma barreira que fechará portas. Porém, é preciso lembrar que se trata de um contrato de trabalho e que ele não será eterno. Assim, voltamos ao que é realmente importante, seus valores e crenças, isso vai determinar tudo”, finaliza Moraes.
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Com as dicas na cabeça
O jornalista Daniel Borges não se esquece de nenhuma das dicas que já leu na internet ou ouviu em rodas de conversa. Uma delas, talvez a mais famosa, é que o candidato conheça a empresa onde se propõe trabalhar.
O coordenador da área de Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) da Votorantim S/A, Dimitriu Bezerra diz que a dica é importante. Para ele, o candidato precisa estar com as ideias concatenadas com a empresa.
Daniel lembra que é preciso se adiantar ao horário marcado. “Por isso é bom ver o trajeto do local da entrevista antes. Sem contar que tem que lidar com a ansiedade. Um dia antes eu já estou batendo a perna de ansiedade”, assume. Há quatro meses em São Paulo, não sabe quantos e-mail enviou que não foram respondidos.