O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que políticos se beneficiarão com um "pacote de bondades" caso a proposta de reforma da Previdência, entregue no último dia 20 aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, seja aprovada. A declaração foi dada nesta quarta-feira (27), durante um evento do banco BTG Pactual, em São Paulo.
Segundo Onyx, se aprovada a nova Previdência , será entregue “um pacote de bondades para governadores e prefeitos." Ele também comentou sobre a economia de R$ 1 trilhão prevista pelo governo em dez anos de reforma, reiterando que esse valor é o "mínimo" esperado.
O ministro reiterou que esse montante a ser economizado é uma cláusula pétrea” e, portanto, “inegociável” no projeto de nova Previdência . Segundo ele, outras mudanças poderão ser questionadas e cogitadas durante a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso Nacional desde que o valor da economia permaneça o mesmo.
Onyx declarou, ainda, que que espera que o projeto seja votado de modo favorável até junho deste ano. “Se tudo correr bem, e Deus há de querer, a reforma será aprovada em junho nas duas Casas”, disse.
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No mesmo evento, entretanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, informou que os parlamentares devem votar a reforma da Previdência até a primeira quinzena de julho. Realizar a votação antes disso, para Maia, pode ser arriscado para o projeto. “Se a gente sabe que é um processo de construção porque ter pressa em instalar a comissão? Vamos dar tempo ao tempo. Talvez a pressa possa derrotar a reforma", explicou.
Governo fala em necessidade da reforma da Previdência
Segundo um relatório produzido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo , o Brasil entraria em recessão já no segundo semestre de 2020 se a reforma não for aprovada.
Os dados do governo apontam que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019, primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro (PSL), seria inferior a 1%, chegando a -1,8% em 2023.
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Elaborado para mostrar a importância da aprovação da nova Previdência , o documento aponta que, se nenhuma reforma for feita nos próximos cinco anos, o crescimento do PIB tende a ser, em média, 2,9 pontos percentuais menor do que seria em um cenário com mudanças no sistema previdenciários. A recessão viria logo em 2020.