O Banco Central (BC) vai leiloar, pelo terceiro dia seguido, valores da sua reserva internacional para conter a alta do dólar. A medida, que vem sendo tomada pela autoridade monetária desde a última terça-feira (27), está conseguindo controlar o aumento da cotação da moeda.
De acordo com a instituição financeira, serão leiloados, nesta quinta-feira (29), US$ 1,25 bilhão das reservas com compromisso de recompra, ou seja, quando o dinheiro volta para o caixa do banco depois de alguns meses. Até o momento, já foram vendidos US$ 3 bilhões na tentativa de parar a alta do dólar — na quarta-feira (28), foram leiloados US$ 1 bilhão e na terça-feira (27), US$ 2 bilhões .
Os leilões de linha de hoje acontecerão divididos em duas etapas, das 12h15 às 12h20 e das 12h35 às 12h40.
As intervenções no câmbio feitas pelo Banco Central
conseguiram conter o aumento da cotação da moeda americana que, na segunda-feira (26), atingiu alta de 2,51%, vendido a R$ 3,918, após registrar cinco altas consecutivas. Esse foi o maior valor de venda desde o dia 2 e outubro, quando estava cotado a R$ 3,9333. O número também foi o maior, em termos percentuais, visto desde 14 de junho.
A medida deu certo. No primeiro dia de leilão, a moeda americana
encerrou cotada a R$ 3,877, com queda de 1,04%. Ontem, o dólar fechou a sessão vendido a R$ 3,841, uma queda de 0,93%.
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Às 10h30 desta quinta-feira, o valor da cotação do dólar continua caindo: está a R$ 3,865, operando em alta de 0,64%.
Cenário político internacional colaborou com a alta do dólar
No relatório Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (26) pelo Banco Central , o mercado financeiro projetou cotação de R$ 3,70 para o dólar no fim de 2018, a mesma estimada no levantamento da semana passada (19) . Na previsão para 2019, entretanto, houve aumento: de R$ 3,76 para R$ 3,78.
A alta do dólar está diretamente ligada ao cenário externo, que tem sido palco de situações delicadas e que podem influenciar a economia internacional. Enquanto, no último fim de semana, a União Europeia aprovou a saída do Reino Unido do bloco , há grandes expectativas e medo de turbulência no encontro marcado entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o chinês, Xi Jinping, no próximo fim de semana. Trump declarou, recentemente, que espera aumentar as tarifas sobre as importações chinesas, o que deixa os investidores mais apreensivos. Além disso, a política brasileira também tem sido vista com mais cautela após o resultado das eleições.
*Com informações da Agência Brasil