O Banco Central (BC) informou que vai leiolar, nesta terça-feira (27), US$ 2 bilhões de suas reservas internacionais para conter a alta do dólar. O anúncio foi feito após a moeda americana registrar seu quinto aumento consecutivo na segunda-feira (26), chegando ao valor de R$ 3,91.
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A medida, firmada pelo Banco Central para acalmar o mercado depois de seguidas altas do dólar
, é também chamada de leilão de linha. Serão US$ 2 bilhões de seus recursos ofertados em duas etapas, das 12h15 às 12h20 e das 12h35 às 12h40, que devem ser recomprados pela instituição financeira daqui a alguns meses.
Essa é a primeira vez que o BC decide realizar um leilão desde agosto, quando pôs a venda US$ 1,25 bilhão , que devem ser comprados de volta até o próximo dia 4 de dezembro.
A decisão pela intervenção no câmbio foi tomada após a moeda americana fechar o dia, ontem (27), com alta de 2,51%, a R$ 3,918. Esse foi o maior valor de venda desde o dia 2 de outubro, quando estava cotado a R$ 3,9333. O aumento registrado ontem também foi o maior, em termos percentuais, visto desde 14 de junho.
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Cenário político internacional colaborou com a alta do dólar
A alta registrada na segunda-feira (26) também pode ser observada em maior âmbito. Nas últimas cinco sessões, o dólar registrou valorização de 4,75% ante o real. Já no resultado parcial do mês de novembro, o aumento é de 5,24%, enquanto a alta acumulada do ano fica em 18,23%.
Às 10h30 da manhã de hoje (27), a moeda americana operava em baixa de 0,31%, vendida a R$3,9053.
No relatório Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central
, o mercado financeiro projetou cotação de R$ 3,70 para o dólar no fim de 2018, a mesma estimada no levantamento da semana passada (19)
. Na previsão para 2019, entretanto, houve aumento: de R$ 3,76 para R$ 3,78
A alta do dólar está diretamente ligada ao cenário externo, que tem sido palco de situações delicadas e que podem influenciar a economia internacional. Enquanto, no último fim de semana, a União Europeia aprovou a saída do Reino Unido do bloco , há grandes expectativas e medo de turbulência no encontro marcado entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o chinês, Xi Jinping, no próximo fim de semana. Trump declarou, recentemente, que espera aumentar as tarifas sobre as importações chinesas, o que deixa os investidores mais apreensivos. Além disso, a política brasileira também tem sido vista com mais cautela após o resultado das eleições.
*Com informações da Agência Brasil