O setor público consolidado, formado pela União, pelos estados e pelos municípios, registrou saldo negativo em julho. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Banco Central (BC), o déficit primário das contas públicas ficou em R$ 3,401 bilhões no período - resultado 78,93% menor do que o verificado em 2017 (16,138 bilhões).
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A Previdência, o Banco Central e o Tesouro Nacional foram os grandes responsáveis pelo resultado negativo das contas públicas em julho deste ano. Juntos, os três apresentaram déficit primário de R$ 2,677 bilhões, uma melhor considerável em relação aos R$ 13,977 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
Segundo Renato Baldini, chefe adjunto do Departamento de Estatística do BC, essa evolução é justificada pelo aumento da arrecadação do governo federal, que bateu recordes no período . O destaque negativo continua sendo a Previdência , que registrou déficit de R$ 14,547 bilhões só em julho deste ano.
Para os governos estaduais e municipais, o cenário ainda é pouco otimista. Os primeiros anotaram saldo negativo de R$ 937 milhões; os últimos, de R$ 912 milhões.
Em contrapartida, as empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 1,124 bilhão no mês passado.
Nos sete primeiros meses do ano, o saldo negativo das contas públicas já chega a R$ 17,825 bilhões, 65,26% a menos do que o verificado no mesmo período de 2017 (R$ 51,321 bilhões). No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário é de R$ 77,086 bilhões, o que corresponde a 1,14% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
A meta deste ano para o setor público consolidado é de um déficit de R$ 161,3 bilhões.
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Dívida pública
A dívida pública federal (DPF), que inclui tanto o endividamento interno quanto o externo do Brasil, passou de R$ 3,754 trilhões em junho para 3,748 trilhões em julho (-0,14%). Os dados foram divulgados na última segunda-feira (27) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.
A diminuição da dívida pública , de acordo com o Tesouro, ocorreu por causa do resgate líquido de títulos no valor de R$ 32,51 bilhões, descontado parcialmente pela apropriação positiva de juros de R$ 27,50 bilhões.
Essa apropriação representa o reconhecimento gradual das taxas que corrigem os juros da dívida. Os tributos são incorporados mês a mês ao valor do endividamento, conforme o indexador de cada papel.
A DPF continua abaixo das previsões do Tesouro . Segundo o Plano Anual de Financiamento divulgado no fim de janeiro, a tendência é que o estoque da dívida pública encerre 2018 entre R$ 3,78 trilhões e R$ 3,98 trilhões.
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Por meio da DPF, o governo pega recursos emprestados de investidores para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
*Com informações da Agência Brasil