A dívida pública federal (DPF), que inclui tanto o endividamento interno quanto o externo do Brasil, passou de R$ 3,754 trilhões em junho para 3,748 trilhões em julho (-0,14%). Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.
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A diminuição da dívida pública , de acordo com o Tesouro, ocorreu por causa do resgate líquido de títulos no valor de R$ 32,51 bilhões, descontado parcialmente pela apropriação positiva de juros de R$ 27,50 bilhões.
Essa apropriação representa o reconhecimento gradual das taxas que corrigem os juros da dívida. Os tributos são incorporados mês a mês ao valor do endividamento, conforme o indexador de cada papel.
A DPF continua abaixo das previsões do Tesouro . Segundo o Plano Anual de Financiamento divulgado no fim de janeiro, a tendência é que o estoque da dívida pública encerre 2018 entre R$ 3,78 trilhões e R$ 3,98 trilhões.
Por meio da DPF, o governo pega recursos emprestados de investidores para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic , da inflação ou do câmbio.
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Interna e externa
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), em circulação no mercado nacional, teve o estoque ampliado em 0,01%, passando de 3,60731 trilhões em junho para R$ 3,60756 trilhões em julho. A variação também é justificada pela apropriação positiva de juros de R$ 30,26 bilhões, compensada, em parte, pelo resgate líquido no valor de R$ 29,76 bilhões.
O estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe), por sua vez, teve redução de 3,75% sobre o apurado anteriormente, encerrando o mês de julho em US$ 37,63 bilhões. Deste total, US$ 34,14 bilhões correspondem à dívida mobiliária e US$ 3,49 bilhões à dívida contratual.
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Detentores da dívida pública
No mês passado, os maiores detentores da DPF eram os fundos de investimento , que representaram 26,3% do total do endividamento. Os fundos de Previdência e as instituições financeiras apareceram logo em seguida, com 24,58% e 22,48%, respectivamente.
O restante da dívida ficou dividido entre investidores estrangeiros (12,57%), o governo (4,38%), as seguradoras (3,90%) e outros atores não especificados (5,79%).
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Leilões
O mês de julho marca a volta dos leilões tradicionais da dívida pública. Nos meses de maio e junho, durante o período de fortes oscilações do mercado financeiro, o Tesouro Nacional realizou apenas leilões extraordinários de títulos públicos.
Do total de papéis da DPMFi, foram ejetados R$ 56,86 bilhões nos leilões tradicionais, R$ 1,19 bilhão nas vendas de títulos do Tesouro Direto e R$ 763,17 milhões relativos a emissões diretas.
Na primeira semana de julho, ainda houve uma última atuação extraordinária com resultado líquido de R$ 2,9 bilhões. Nos leilões de compra e venda simultâneos, foram recomprados R$ 3,57 bilhões e vendidos R$ 640 milhões.
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De acordo com o Luis Felipe Vital, coordenador-geral de operações da dívida pública do Tesouro, a entidade vai voltar a atuar sempre que necessário. “Nos preocupamos com o funcionamento do mercado. Sempre que se verifica liquidez, formação de preços, excesso de risco, o Tesouro entra em ação”, comentou.
*Com informações da Agência Brasil