As contas do governo registram um rombo de R$ 7,547 bilhões em julho, o melhor resultado para o período em quatro anos. O valor é 62,6% menor do que o anotado em julho de 2017 (R$ 20,15 bilhões). As informações são da Secretaria do Tesouro Nacional.
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A melhora nas contas do governo está diretamente ligada ao aumento da arrecadação, que teve o melhor mês de julho em sete anos . As receitas com os royalties do petróleo - em um momento de alta do produto no mercado internacional - e o aumento da tributação sobre combustíveis, por exemplo, contribuíram bastante nesse quesito.
No acumulado dos sete primeiros meses de 2018, segundo o Tesouro, as contas registraram déficit primário , que não leva em consideração os gastos com o pagamento de juros da dívida pública, de R$ 38,875 bilhões. O resultado, o melhor desde 2015, é 49,3% menor do que o anotado no mesmo período do ano passado (R$ 76,633 bilhões).
O desempenho das contas públicas até aqui pode ajudar no cumprimento da meta fiscal deste ano. Para 2018, o governo está autorizado a registrar déficit de até R$ 159 bilhões - valor que também não inclui os custos com os juros da dívida.
O que entrou, o que saiu
Em relação ao mesmo período do ano passado, a receita líquida total de julho de 2018 registrou alta de R$ 14,3%, em termos reais, chegando a R$ 106,401 bilhões. No acumulado deste ano, já soma R$ 707,570 bilhões, um avanço de 7,6%.
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Simultaneamente, as despesas totais anotaram uma queda real de 0,2% ante julho de 2017, chegando a R$ 113,948 bilhões. Nos sete primeiros meses de 2018, porém, o montante saltou para R$ 750,466 bilhões, uma alta de 1,9% em relação ao ano passado.
Os investimentos, por sua vez, já somam R$ 24,649 bilhões de janeiro a julho deste ano. Em 2017, o resultado registrado foi de R$ 19,953 bilhões.
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Rombo da Previdência
Ainda segundo o Tesouro , o déficit da Previdência ficou em R$ 14,547 bilhões em julho. O valor é 7,6% que o resultado negativo anotado no mesmo período de 2017 (R$ 13,517 bilhões).
No acumulado do ano, a situação é ainda pior. De janeiro a julho, o rombo previdenciário ficou em R$ 105,369 bilhões, cifra 9,3% maior do que a registrada no mesmo período do ano passado (R$ 96,384 bilhões).
A expectativa do governo é de um novo crescimento do déficit da Previdência em 2018. Na última revisão orçamentária, a previsão é de um resultado negativo de R$ 196,636 bilhões, pouco mais de R$ 14 bilhões a mais do que o verificado em 2017 (R$ 182,45 bilhões).
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O governo propôs uma reforma da Previdência há mais de um ano, mas o texto parou no Congresso em maio do ano passado, logo após as primeiras denúncias de corrupção envolvendo o presidente Michel Temer. Em fevereiro, tentou retomar a tramitação do projeto, mas acabou desistindo diante da falta de apoio - e votos.
Agora, a discussão sobre a reforma da Previdência só poderá ser resgatada depois do fim da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, marcado para 31 de dezembro deste ano.
Outras despesas e receitas
De janeiro a julho deste ano, de acordo com o governo, as receitas com concessões somaram R$ 3,056 bilhões. O valor é 3,5% maior do que o registrado em 2017 (R$ 2,952 bilhões).
No mesmo período, também foram recolhidos mais dividendos (parcelas do lucro) das estatais (R$ 5,652 bilhões). Nos sete primeiros meses do ano passado, esse montante foi de R$ 4,302 bilhões.
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Em 2018, até agora, houve queda somente no pagamento de subsídios e subvenções. No ano passado, foram R$ 17,064 bilhões; neste ano, já são R$ 11,902 bilhões.