Beatriz Miranda é anfitriã do Airbnb e recebe gatos, cachorros e famílias: ˜as pessoas se sentem em casa
Ludmilla Pizarro/ IG
Beatriz Miranda é anfitriã do Airbnb e recebe gatos, cachorros e famílias: ˜as pessoas se sentem em casa"


Alugar um imóvel ou até mesmo compartilhar a própria casa, são alternativas cada vez mais comuns no Brasil para aumentar a renda familiar. Um levantamento feito pelo Airbnb com 5.912 anfitriões brasileiros apontou que, em média, eles alcançaram um incremento de 23% no orçamento doméstico. Além disso, esses brasileiros alegam que o ganho extra os ajudam a continuar morando em suas casas (69%) e é utilizado para deixar as contas em dia (55%). 

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O crescimento das opções de compartilhamento , porém, gera dúvida sobre quais são as melhores estratégias para conquistar o hóspede. Para tornar seus imóveis mais atrativos, os anfitriões adequam imóveis e valorizam os clientes.

Exemplo disso é Luciana Souza Victoriana, de 63 anos. De São José do Rio Preto, Luciana viajou para São Paulo por alguns meses para ficar mais próxima dos netos durante as férias. “Mas não tão perto”, brinca. “Não gosto de ficar hospedada com eles por causa da privacidade do meu filho e da minha nora”, comenta. Mas, para achar o local ideal, havia uma questão inegociável: o gato Visconde.

Procurou em algumas plataformas de aluguel e encontrou, no Quinto Andar, o novo endereço por um detalhe: na descrição do imóvel, o novo morador poderia ter qualquer pet. E mais: negociou com o proprietário de um apartamento na Vila Mariana uma maneira de deixar o felino mais seguro. “Antes de me mudar, o dono gentilmente colocou uma tela de proteção mais segura nas janelas. E foi um dos poucos lugares que permitiam animais de estimação”, conta.

Segundo dicas dessas plataformas, cada hóspede é único é há espaço para todos os tipos de acomodações nos aplicativos . Deixar utensílios à disposição dos hóspedes, fazer alguma modificação específica no imóvel, como no caso da rede de proteção para o gato de Luciana, contribui para a consolidação do negócio e, com isso, garantia da renda extra. 

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 Deixar alguns objetos no imóvel, como ar condicionado, televisão, wi-fi, secador de cabelo, liquidificador, dá aval ao proprietário para aumentar o valor da diária.

Pensando neste perfil de público, startups de hospedagens crescem em São Paulo. A cidade, com residências distribuídas em seus mais de 1,5 mil km², com população que ultrapassa 12 milhões de pessoas, é o principal destino no país. No levantamento feito pelo Airbnb, o impacto econômico na região passou de R$ 788 milhões em 2018 - um crescimento de 57% comparando com o ano anterior. Somente em chegadas de hóspedes, houve um incremento de 73%, passando de 205,6 mil em 2017 para 356,5 mil chegadas no ano seguinte.

Beatriz Miranda, de 53 anos, sabe disso. Por isso, depois de uma conversa com o marido, Sérgio Almeida, 54, há seis anos, decidiu abrir as portas de casa para hóspedes por meio do Airbnb e nem eles nem os dois filhos se importaram com as novas companhias transitando pelo jardim ou pela cozinha.  O endereço tem como diferencial a localização em uma tranquila e arborizada do Butantã e uma entrada separada para os hóspedes. 

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“É um bom lugar porque, além de permitirmos até três pessoas no quarto, as pessoas ficam no jardim, com um ambiente muito agradável. As pessoas se sentem em casa. Tivemos gente de várias regiões do país e do mundo”, conta a anfitriã, que diz apostar na hospitalidade e também na liberdade dos hóspedes. "Já recebemos gatos e cachorros", completa.  

Consultada, a Airbnb aponta algumas condições essencias. A plataforma diz que agradam a disponibilidade de novas roupa de cama e banho e itens como papel higiênico - e, caso não sejam oferecidos, é importante que o alerta seja feito na descrição do imóvel.

Para fins de acessibilidade, é importante destacar adaptações e indicações específicas que o imóvel possam vir a ter, uma vez que na plataforma, os usuários podem buscar anúncios com características específicas, incluindo entrada sem escadas, passagens largas o suficiente para cadeira de rodas, entre outros.

Também vale deixar mimos, como chocolates ou uma carta com dicas que apenas um morador da região  conheceria, incluindo bares, padarias e locais para turistar.



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Honestidade

O mineiro Charles Mascena, 35, morava em Brasília quando recebeu oferta de trabalho para São Paulo e procurou a plataforma Airbnb. "O apartamento era descolado, com decoração bacana, mas alguns móveis como o sofá eram velhos e desgastados, precisando mesmo de reparos", conta. Para avaliar o imóvel, ele classifica: "De 0 a 10, o apartamento era 7.  Atendia minhas necessidades, mas tinha problemas." 

 É justamente por isso que o corretor de imóveis Marcelo Bussacos há dez anos orienta novos moradores que chegam a São Paulo. Para ele, o proprietário precisa priorizar a manutenção do imóvel. “Depois, ele precisa ser honesto, com a metragem certa, utilizando mídias sociais para divulgação”, orienta. 

Hóspedes por aplicativo movimentam economia nos bairros

A locação por temporada também beneficia o pequeno comércio dos bairros onde estão os hóspedes. Na maioria das vezes, longe de bairros tradicionalmente no radar turístico.

 Em pesquisa com 1.196 hóspedes entrevistados, a Airbnb aponta um gasto médio de R$ 449 por dia e pelo menos 48% desse montante é aplicado em compras feitas no mesmo bairro em que se hospedaram. Além disso, pelo menos 90% deles passam recomendações de locais para alimentação, compras e passeio. 

O documento vai além e revela que pelo menos 41% das recomendações são de supermercados, seguidos por compras  e atividades de lazer e cultura, ambos com 19%; e transporte, com 15%. Outras recomendações somam 6%.

Os hóspedes buscam sempre economia e, segundo eles, a principal é em comida e compras. Ainda assim, os gastos numa cidade como São Paulo se dividem em compras (36%); alimentação e supermercado (29%); transportes (15%) e cultura e lazer (17%).

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