O comércio varejista teve seu melhor resultado desde o ano de 2000 no mês de novembro do ano passado, refletindo o sucesso da Black Friday, ocorrida no dia 23 daquele mês. Em relação a outubro, as vendas cresceram 2,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (15).
Leia também: Receita paga nesta terça R$ 667 milhões em restituições do Imposto de Renda
Na comparação com novembro de 2017, as vendas do comércio
cresceram 4,4%. Em 2018, no acumulado até novembro, a alta é de 2,5%, enquanto nos últimos 12 meses é de 2,6%, ainda segundo os números do IBGE.
Isabella Nunes, gerente da pesquisa, ressalta que não se trata de um "resultado comum". "É difícil vermos nos serviços um crescimento mensal superior a 2%", celebrou. Ela justifica que a Black Friday é a principal causa do avanço. "Percebemos a influência desse evento quando observamos os resultados setorialmente. Os resultados mais fortes foram de atividades cujas receitas são estimuladas pelas vendas online, principal motor da Black Friday ", conta.
"Esse resultado converte a perda acumulada de 2,8% nos dois meses anteriores", destacou. Em 2018, os meses de fevereiro, maio, junho, julho, setembro e outubro tiveram quedas em relação ao mês imediatamente anterior, sendo as maiores registradas em maio e em outubro (em ambas, a queda em relação a abril e setembro, respectivamente, foi de 1,1%).
Leia também: Vendas de Natal sobem 5,5% em 2018, mas inflação compromete ganhos de shoppings
Desempenho por segmento no comércio
O comércio varejista ampliado , que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, apresenta um avanço mais modesto, de 1,5% ante outubro. No ano, o acumulado é de 5,4%, e nos últimos 12 meses o valor é de 5,5%. Na comparação com novembro de 2017, o volume de vendas teve alta de 5,8%, na 18ª taxa positiva seguida.
Confira o desempenho de cada segmento no mês
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 6,9%
- Móveis e eletrodomésticos: 5%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 2,8%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 1,7%
- Tecidos, vestuário e calçados: 1,7%
- Combustíveis e lubrificantes: 0,1%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,2%
- Material de construção: -0,7%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -1,9%
- Veículos, motos, partes e peças: -2,2%
Leia também: 18% dos produtos vendidos na Black Friday tiveram aumento de preço antes da data
Segundo o IBGE, os segmentos de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,9%), Móveis e eletrodomésticos (5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,8%) foram os principais beneficiados por promoções anunciadas em novembro pela Black Friday, a principal razão do crescimento do comércio no período.