A rede de postos de combustíveis BR Distribuidora, uma das marcas mais fortes associadas à Petrobras, está deixando de ser controlada pela estatal. Os bancos que coordenam a venda de ações da BR detidas pela Petrobras definiram nesta terça-feira em R$ 24,50 o preço final da oferta, disseram duas pessoas a par da operação.
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Os detalhes finais ainda serão divulgados em fato relevante, mas, segundo as fontes, a tendência é que a Petrobras reduza sua participação na empresa de 71,25% para 37,5%, levantando R$ 9,63 bilhões e abrindo mão do controle da companhia.
A oferta é do tipo subsequente (follow-on), quando a companhia já tem ações na Bolsa. A rede de postos de combustíveis abriu seu capital no fim de 2017, quando a Petrobras levantou R$ 5 bilhões com a venda de 29% das ações . Até então, 100% da companhia pertencia à estatal .
A nova oferta confirma a demanda sólida para a oferta de papéis no Brasil . Nos últimos dois meses, bancos públicos levantaram R$ 14,7 bilhões com a venda de participações na Petrobras e da resseguradora IRB na Bolsa. A operação da BR Distribuidora será a maior desde a oferta subsequente de R$ 16,1 bilhões pela Telefônica em 2015.
Segundo as fontes, a Petrobras está vendendo na operação não só o loto inicial de ações previsto, mas também o adicional e o suplementar, elevando a fatia vendida de 25% para 33,75%. Segundo Fabiola Cavalcanti, sócia do TozziniFreire, a procura foi alta porque agrada aos investidores a ideia de a BR passar a ter controle privado.
"Existe uma expectativa grande sobre os planos do governo para o setor de óleo e gás, e a BR é considerada uma espécie de joia da coroa, sobretudo com o Estado abrindo mão do controle", disse Cavalcanti.
Os investidores antecipam aprimoramento da governança e da gestão na companhia.
"Essa operação da BR é, na prática, uma privatização. E a aposta dos investidores é que, como no passado, isso signifique melhores governança e resultados", disse Giovani Loss, sócio do Mattos Filho.
Segundo avaliou Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a BR pode recuperar mercados com a mudança na sua gestão.
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"Está saindo um player estatal do controle da empresa. Normalmente, o mercado aprecia esse tipo de troca no controle, que tende a levar a aprimoramentos das práticas da companhia e custos. A expectativa é que isso redinamizar o controle da empresa, permitindo à empresa brigar pelos mercados que estava perdendo", finalizou Arbetman.