O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, negou a possibilidade de o governo interferir na política de reajuste de preços da Petrobras. Questionado se a atual gestão pretende promover algum tipo de alteração na política da empresa, o ministro foi enfático: “Nenhuma".
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“Houve um erro de comunicação na apresentação desse índice de 5,7%", explicou Albuquerque. "Entendo que presidente, não estando informado e não tendo as pessoas para informá-lo exatamente do que estava ocorrendo, pediu esclarecimento – e é isso que vamos prestar a ele daqui a pouco”, completou. Albuquerque se referia à reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) que aconteceu na tarde de hoje (16).
A declaração do ministro foi feita durante um evento para debater o setor de óleo e gás e pouco antes de ir à reunião com o presidente para tratar da política de preços da Petrobras . Na saída do evento, o ministro disse que o que houve foi um “problema de comunicação” e que não está apontando ne m insinuando culpados.
Suspensão
Na última quinta (11), a Petrobras anunciou um aumento de 5,7% no preço médio do diesel. Posteriormente, Bolsonaro disse que havia entrado em contato com a estatal para a suspensão do reajuste para evitar uma possível greve de caminhoneiros . Após cancelar o aumento, a empresa disse que havia margem “para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel".
No dia seguinte (12), a Petrobras perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado , mas negou que tenha havido interferência do presidente. Já o Palácio do Planalto confirmou que a suspensão do reajuste partiu de Bolsonaro, mas acrescentou que o governo não pretende interferir na estatal.
A Petrobras informou que, mesmo com o adiamento, seguirá com a política de reajuste do diesel em alinhamento com o Preço Paridade Internacional (PPI). Isso significa que os preços do combustível nas refinarias da companhia, que correspondem a cerca de 54% do preço repassado ao consumidor final, sofrerão reajustes por períodos não inferiores a 15 dias.
Na manhã desta terça , o governo anunciou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) disponibilizará R$ 500 milhões e abrirá uma linha de crédito especial para caminhoneiros autônomos. As medidas fazem parte de um esforço da atual gestão para evitar uma nova greve da categoria.