A decisão da Petrobras de adiar o reajuste no preço do diesel horas depois de ter anunciado um aumento de quase 6% puxou as ações da estatal para baixo, fazendo-a perder R$ 32,4 bilhões em valor de mercado. As perdas desta sexta (12) se intensificaram depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu que foi o responsável pela suspensão do reajuste.
As ações ordinárias da Petrobras , chamadas de PETR3, fecharam o pregão em queda de 8,54% na Bolsa de Valores brasileira, a B3. Já os papéis preferenciais (PETR4) recuaram 7,75%. Até as ações da petroleira em Nova York (EUA) foram impactadas negativamente, com variação negativa de 9,29%. Com as quedas, o valor de mercado da estatal chegou a R$ 361,499 bilhões.
Segundo o governo, o pedido de suspensão do reajuste do diesel foi uma tentativa de agradar aos caminhoneiros , na esperança de reduzir as possibilidades de uma nova greve da categoria. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, chegou a dizer que Bolsonaro tem um "amor muito grande" pelos caminhoneiros.
Desde o início de 2019, com o fim dos subsídios do Governo Federal ao diesel, a Petrobras adotava um prazo de sete dias para os reajustes. No fim de março, ampliou esse intervalo para 15 dias. Na ocasião, analistas afirmaram que a mudança corrobora com os esforços do governo de evitar outra paralisação dos caminhoneiros, ainda insatisfeitos com o preço do combustível.
Questionado sobre a interferência , prática comum durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Bolsonaro negou ser intervencionista e querer adotar "as políticas que fizeram no passado". "Não sou economista, já falei que não entendia de economia. Quem entendia afundou o Brasil", se defendeu o presidente, fazendo referência à petista.