O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se reúne na tarde desta terça-feira (16) com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para discutir o preço do diesel. O encontro ocorre quatro dias após o pedido de suspensão do mandatário do País a um reajuste programado, de 5,7% , ter custado à estatal cerca de R$ 32 bilhões de valor de mercado com a queda das ações.
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O aumento de preço, que ocorreria na última sexta-feira, foi cancelado após interferência de Bolsonaro , que ligou a Castello Branco pedindo explicações sobre os motivos da elevação de preços.
Segundo a política de preços da estatal, o diesel e os demais combustíveis são reajustados para seguir as oscilações internacionais do barril do petróleo e a cotação do dólar. No caso da gasolina, os reajustes podem ser até diários. O mesmo ocorria com o diesel, até que o governo determinou, no início deste ano, o fim dos subsídios ao combustível, ampliando os reajustes, primeiramente para sete dias e depois para 15 dias. Essa já foi uma iniciativa para tentar reduzir a insatisfação dos caminhoneiros.
De acordo com dados da Petrobras , do valor final do diesel no posto, mais da metade (54%) vem da margem da estatal, que inclui o custo de extração e o lucro da empresa. A carga tributária também tem forte peso, respondendo por 24% do valor final. Outros 16% vêm da margem de distribuição e revenda. O custo do biodiesel tem peso de apenas 6%.
Com a gasolina, o cenário é similar. Da composição do preço final, 10% é a margem da distribuição e revenda, 12% é o custo do etanol, 46% é a carga tributária. Nesse caso, a margem da Petrobras é de 32%.
Quando divulga os reajustes no diesel, a Petrobras informa apenas a média do aumento no Brasil como um todo, o que, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não leva em consideração o valor aplicado a cada um dos 34 pontos de fornecimento e seus respectivos volumes. Assim, mercados consumidores maiores, como Rio e São Paulo, podem ter uma variação diferente de mercados menores.
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Com a intervenção de Bolsonaro , o diesel da Petrobras não sofre reajuste desde 22 de março, enquanto a gasolina aumentou pela última vez em 5 de abril, quando a cotação subiu 5,6%.