Olá, gravateiros e gravateiras. Encerrei a nossa coluna em 2018 com um artigo pesado em que sugeri a redução do padrão de vida para as pessoas que estão no vermelho . Na linha do “ano novo, sonhos novos”, vou começar 2019 de uma forma mais leve. É só um simbolismo, mas eu quero fazer uma provocação ao término deste texto. Se você tivesse um sonho de ter um carro importado de alto luxo, acima de 500 mil reais, tentaria comprá-lo?
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Eis uma curiosidade: apenas 89 brasileiros adquiriram, no ano passado, modelos Ferrari (33 unidades), Lamborghini (15 unidades), Maserati (39 unidades) e Rolls-Royce (2 unidades), segundo balanço da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa). Em 2017, foram vendidas 87 unidades de luxo, ou seja, um mercado praticamente estável.
Essas quatro marcas famosas oferecem modelos que, em sua maioria, são milionários. Uma rápida pesquisa no site iCarros mostra que a Ferrari tem carros de R$ 1,8 milhão a R$ 4,0 milhões; Rolls-Royce, de R$ 3,6 milhões a R$ 4,7 milhões; Lamborghini, cerca de R$ 4,5 milhões; e Maserati, de R$ 690 mil a R$ 1,4 milhão.
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Há outras marcas que também oferecem veículos com preços superiores a R$ 500 mil, mas o critério foi mencionar apenas as montadoras que tenham exclusivamente modelos acima de meio milhão de reais. A Porsche, por exemplo, tem carro de R$ 560 mil, mas ficou de fora da lista pois também oferece modelos abaixo de R$ 500 mil. Lembrando que todos os valores aqui citados já contemplam uma alíquota de importação de 35%, o máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
No Brasil, há muitas barreiras à expansão desse mercado automotivo de alto luxo. Além do preço ser incompatível com a renda da ampla maioria dos brasileiros, há questões como a falta de segurança pública e a péssima qualidade de ruas e estradas, que desestimulam até os bilionários de comprarem esse tipo de veículo.
Deixando de lado a curiosidade de que menos de cem brasileiros adquiriram veículos importados de alto luxo no ano passado, eu gostaria de fazer uma saudável provocação. Qual é o tamanho do seu sonho? Quanto ele custa? O que você tem feito para realizá-lo? A vida é curta demais para ficarmos adiando eternamente os nossos sonhos.
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No próximo artigo, pretendo falar como eu planejo a realização dos meus sonhos. Tratarei do “cofrinho da recompensa” ou, se preferir, do “cofrinho do prazer”. No meu caso, a minha grande paixão é viajar, mas poderia ser um carro importado de alto luxo, por que não? E se fosse, eu tentaria comprá-lo, claro. Haveria algum crime nisso? Convido a todos a assistir ao vídeo a seguir em que eu falo sobre os três cofrinhos das finanças pessoais.