Olá, gravateiros e gravateiras. O Banco Central adotou nesta quarta-feira 28 novas regras para a taxa de câmbio utilizada na fatura dos cartões de crédito. Atualmente, o banco emissor do cartão adota a cotação do dólar do dia do pagamento da fatura. Isso gera um risco para o cliente, pois a moeda americana pode se valorizar entre a compra da mercadoria e o pagamento da fatura, o que aumenta o seu valor em reais. Agora, a nova regra estabelece que a taxa de câmbio deverá ser a mesma do dia da compra do produto. É um avanço, sem dúvida, mas não resolve o verdadeiro problema: a cotação misteriosa que os bancos utilizam.

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Sou usuário de cartão de crédito internacional e jamais consegui abrir a caixa preta da taxa de câmbio. Toda vez que paguei uma fatura com despesas em dólar, fiz questão de conferir a taxa de câmbio determinada pelo banco. A cotação sempre foi desfavorável ao cliente, ou seja, acima do dólar comercial ou do dólar Ptax, divulgado pelo Banco Central. Reconheço, também, que a cotação costuma ser inferior à do dólar turismo, que é utilizado pelas casas de câmbio na hora de vender papel moeda aos turistas. Só faltava ser mais alta...

O que mais me incomoda não é pagar um valor maior, mas, principalmente, a falta de transparência. Qual é a fórmula mágica que os bancos utilizam para calcular o dólar? Trata-se de um mistério. Se não há uma regra clara, não há concorrência. Como eu, cliente, vou saber qual banco tem a melhor taxa de câmbio se não existe transparência?

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Cabe ao Banco Central exigir transparência dos bancos no cálculo do dólar utilizado. Não resolve muito o Banco Central travar a cotação do dia da compra da mercadoria se o cliente não sabe qual é o dólar do banco nem como ele é calculado. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) também poderiam tomar a iniciativa de exigir dos seus associados a divulgação das regras do jogo.

Por outro lado, quando recebi um pagamento em dólar (operação de câmbio), o banco me ofereceu uma taxa de conversão muito inferior à do dólar comercial. Acabei me sentindo “roubado” e até brinquei com a minha gerente salientando que gostaria de comprar dólar por aquele valor. Mas, é claro, a cotação barata só existe na operação que favorece o banco, nunca na conversão a favor do cliente.  

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Encaminhei e-mail para as assessorias de imprensa da Febraban, da Abecs e do Banco Central colocando a coluna “A Economia Sem Gravata” à disposição para esclarecimentos sobre o câmbio utilizado em cartão de crédito. A Febraban informa que “o câmbio é uma estratégica comercial de cada instituição financeira e, que, portanto, é o livre mercado que define o seu preço”. Se houver respostas da Abecs e do Banco Central, publicaremos aqui. Assista, a seguir, a um vídeo em que eu comento a variação do câmbio no meu canal no YouTube “A Economia Sem Gravata”.


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