Olá, gravateiras e gravateiros! Chega de desculpas. Conforme eu havia prometido no último artigo, vamos dar os cinco primeiros passos para tirarmos da gaveta a nossa empresa. Isso mesmo! Não precisamos esperar o presidente eleito, Jair Bolsonaro, tomar posse para empreendermos. O sucesso – ou fracasso – depende mais do nosso projeto do que da situação econômica do País.
Leia também: Abrir o seu próprio negócio não depende do Bolsonaro
Vale salientar que a maior recessão de nossa história (retração de quase 7% do PIB no biênio 2015-2016) levou muitos brasileiros a empreender. São milhões de desempregados que utilizaram a verba rescisória para investir numa empresa . Trata-se de uma boa notícia, mas há o temor de que muitos empreendimentos não prosperem por causa da falta de planejamento.
Leia também: Você compraria ações da Apple após os últimos lançamentos?
Abrir um negócio em momentos de desespero financeiro está longe de ser a melhor estratégia. Basta verificar o elevado índice de mortalidade de empresas no Brasil, inclusive em anos de bom desempenho da economia. Portanto, faça as coisas com calma e não tente pular etapas. Mergulhe no seu projeto com muita paixão, mas tome as decisões com racionalidade.
1º passo: estudar o mercado
Não adiantar ter uma boa ideia se ela for incompatível com o mercado. Em primeiro lugar, é preciso mapear as melhores oportunidades e não tentar simplesmente empurrar “goela abaixo” o seu produto ou serviço. A não ser que você esteja criando algo realmente disruptivo. A partir daí, é importante definir qual será o local do seu empreendimento. Na sua rua? Na sua cidade? No Brasil inteiro? No mundo virtual?
2º passo: escolha um setor e um segmento
Após estudar o mercado, é a hora de definir um setor. Indústria, comércio ou serviços? Dentro deste setor, qual será o segmento de atuação? É, por exemplo, na área de alimentos, de esportes, de saúde, de animais de estimação? Pode ser estratégico procurar oportunidades onde a concorrência é menor.
Você viu?
3º passo: defina o seu público-alvo
Dentro do seu segmento, qual será o seu público-alvo? Essa definição pode ser feita por faixa etária e/ou por faixa de renda. São poucos os produtos ou serviços que servem para qualquer pessoa. Fraldas geriátricas não são para adolescentes, certo? Se você abrir uma sorveteria, os bebês não serão seus clientes. Se o seu sorvete for um gelato italiano que custa R$ 15,00 cada bola, o seu cliente mais comum estará na parte de cima da pirâmide de renda. Por outro lado, se você apostar em picolés coloridos de R$ 1,00, a baixa renda será o seu grande consumidor. Não há aqui nenhum preconceito nesta definição. Escolher o seu público-alvo é fundamental para não errar na hora de precificar os produtos.
4º passo: criar o seu produto ou serviço
Chegou o grande momento de construir o seu produto ou o seu serviço. Criatividade, inovação e ousadia são bons ingredientes para o sucesso. Você pretende apostar em algo que já existe, ou seja, que já tem uma concorrência estabelecida, ou pretende introduzir algo novo no mercado? Aprimorar a ideia do concorrente nem sempre é algo negativo. Ruim mesmo é simplesmente copiá-la. Aliás, a maioria dos empreendedores faz isso, mas o sucesso é mais comum dentre as ideias inovadoras.
5º passo: criar a sua marca
Partindo do princípio de que é a marca que vai ficar na cabeça das pessoas, não há margens para erro. Uma boa marca depende de muita criatividade. A “Quitanda da Luiza” só será um bom nome se a Luiza for muito conhecida e admirada naquele bairro. E, convenhamos, essa quitanda dificilmente se tornará uma rede nacional. Ah, Luís, mas não existe o Magazine Luiza? Sim. Eram outros tempos. Eu, particularmente, não gosto de ideias que utilizam nome ou sobrenome de pessoas. Por quê? Porque a empresa pode ser vendida no futuro e o seu sobrenome irá junto. Quem garante que o novo dono vai zelar pelo seu sobrenome? Sim, pense grande. A sua ideia pode ser bilionária no futuro. Na marca, utilize palavras que agreguem credibilidade e prestígio para o seu produto ou serviço, e que grudem como chiclete na cabeça do cliente.
Leia também: Últimas notícias sobre Empreendedorismo
Ufa! São apenas os cinco primeiros passos. Mãos à obra, gravateiros e gravateiras. Em breve, eu escreverei sobre as etapas seguintes para abrirmos a nossa própria empresa . Lembrem-se: ser dono do nosso nariz não significa trabalhar menos. Ao contrário. Trabalha-se muito mais – muitas vezes, com mais prazer. A seguir, assista a um vídeo provocativo sobre uma estratégica de marketing para o seu produto.